Rio de Janeiro

ECONOMIA SOLIDÁRIA

Mulheres propõem novas formas de consumo e de trabalho

Empreender acaba sendo a saída para muitas mães que encontram dificuldade de permanecer no mercado de trabalho

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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A artesã Francine Machado expõe o seu trabalho durante uma feira no Rio de Janeiro
A artesã Francine Machado expõe o seu trabalho durante uma feira no Rio de Janeiro - (foto: arquivo pessoal)

As festas de fim de ano são sempre muito aguardadas pelo setor do comércio. O aumento das vendas impulsiona a economia e gera oportunidades de trabalho para muitos brasileiros. No meio deste ciclo econômico, um movimento tem feito a população repensar o padrão de consumo e agregado valores de cooperação e democracia ao produto. A economia solidária parte de uma forma de desenvolvimento baseada em coletividade, respeito ao meio ambiente e consumo sustentável. 

Francine Machado de 38 anos é mãe e empreendedora. A artesã faz parte de uma estatística que a cada ano aumenta mais no Brasil: a de mulheres que abrem seus próprios negócios. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, em 2014 o país já tinha cerca de oito milhões de empresárias. Para Francine, empreender acaba sendo a saída para muitas mulheres que encontram dificuldade de permanecer no mercado de trabalho após a maternidade.

“Eu acho que o empreendimento feminino cresceu muito no Brasil. O materno também, o mercado de trabalho não acolhe muito bem as mães. Então, o empreendimento está sendo muito forte. Muitas mães têm deixando o trabalho formal e tentado empreender”, destaca.

Há um ano Francine apostou em investir no que, até então, era um hobby e criou a marca Feijão com Arroz, que produz brinquedos artesanais para crianças. As peças são feitas em madeira, tecido, papel e feltro algumas relembram brinquedos antigos como o cavalo de pau e o caleidoscópio, outras são totalmente autorais.

Os produtos são comercializados em sites da internet e em feiras. A artesã conta que os espaços coletivos das feiras estabelecem relações que vão além da venda do produto. Segundo ela, o acolhimento e a troca, principalmente com outras mulheres, contribui para aprimorar o negócio.

“Quando você participa de uma feira só de mulheres ou de uma feira de mulheres mães tem um diferencial que é o apoio de todo mundo estar no mesmo barco e se entender. Todo mundo passar por situações parecidas. Tem uma troca muito legal, acho que  eu aprendi muito desde de quando eu comecei com essas feiras, não sinto competição, me sinto acolhida e fortalecida”, afirma.

Uma das feiras ecofeminas onde é possível encontrar a Feijão com Arroz e vários outros empreendimentos de mulheres ocorre neste sábado, dia 16, na Glória, na cidade do Rio de Janeiro. A Feira Colmeia – Edição Especial de Natal acontece de 9 da manhã até às 2 da tarde na Rua do Russel, altura do número 300. 

Edição: Raquel Júnia