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RESPEITO

Rio tem semana com programação de combate à intolerância religiosa

No Programa Brasil de Fato RJ, o babalaô Ivanir dos Santos comentou a importância de defender a liberdade e o respeito

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
"Intolerância não é uma atitude religiosa, é de ódio e racismo que nós temos que combater”, disse o balalaô Ivanir dos Santos
"Intolerância não é uma atitude religiosa, é de ódio e racismo que nós temos que combater”, disse o balalaô Ivanir dos Santos - Arquivo/Agência Brasil

A última segunda-feira (21) foi marcada pelo Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa. Este ano, o Rio de Janeiro recebe atividades em diversos pontos da cidade durante toda semana e até a próxima segunda (28). A abertura da programação contou com o lançamento do filme sobre a 11ª Caminhada de Combate à Intolerância Religiosa, que aconteceu no Rio em setembro de 2018, organizada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) e a Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR).

Na quinta-feira (24) aconteceu o “II Seminário Liberdade Religiosa, Democracia e Direitos Humanos” no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ), no Largo São Francisco de Paula, centro da cidade. As mesas discutiram temas como religiões nos meios de comunicação, política, direito humanos, combate ao racismo e diálogo inter-religioso. Depois, o Baile Black Bom pela Liberdade Religiosa vai ocupou oo ooespaço em frente ao IFCS até meia noite com apresentação da banda Consciência Tranquila, maior Coletivo de Black Music do país.

“Você tem uma gama de grupos religiosos e culturais que também são agredidos, como a capoeira, jongo, escolas de samba, tudo que lembra uma identidade que não tem a ver com cultura ocidental”, analisa o babalaô Ivanir dos Santos em entrevista à apresentadora Denise Viola, no Programa Brasil de Fato RJ.

Ele também explica a origem do dia 21. Nesta data, a sacerdotisa do candomblé Mãe Gil faleceu na Bahia após ser alvo de difamação. “Quando ela viu uma foto sua na Folha Universal que chamava ela de charlatã, teve um AVC e depois de alguns dias veio a falecer”, lembra o integrante da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR). “Não podemos generalizar as perseguições porque são grupos intolerantes e a intolerância não é uma atitude religiosa, é de ódio e racismo que nós temos que combater. Nosso horizonte está no respeito”, completa.

No último dia de programação (28), o Festival Cantando a Gente se Entende acontece no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, zona sul do Rio. O festival vai contar com a participação de grupos musicais da igreja católica, da comunidade judaica e afro-brasileira, como o Pastor Kleber Lucas, Mestre Kotoquinho, Tunico da Vila, Grupo Awurê, entre outros. A entrada é um real e o show começa a partir das 17h. 

"Vir a rua pedir respeito e reafirmar a liberdade religiosa, de expressão e política é fundamental pra todos nós. Queremos celebrar o diálogo, o encontro e mobilizar todo mundo pelo respeito no momento que a sociedade brasileira tanto precisa. Em respeito às mulheres, homossexuais indígenas, negros, e a todos que tem uma identidade diferente", conclui o babalaô.

Edição: Mariana Pitasse