Rio Grande do Sul

LENTIDÃO

Centrais pressionam deputados gaúchos para votarem mínimo regional nesta terça (28)

Enviado com atraso pelo executivo, projeto já teve votação adiada duas vezes pela Assembleia Legislativa do RS

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Representante dos trabalhadores criticam emenda do deputado Fábio Osterman (Partido NOVO) que propõe acabar com o mínimo regional
Representante dos trabalhadores criticam emenda do deputado Fábio Osterman (Partido NOVO) que propõe acabar com o mínimo regional - Foto: Vinicius Reis | Agência ALRS

As centrais sindicais do Rio Grande do Sul voltam a pressionar os deputados estaduais para que o projeto de reajuste do salário mínimo regional de 2019 seja votado nesta terça-feira (28) pelo plenário da Assembleia Legislativa. O projeto tem andado a passos lentos no executivo. No dia 14 de maio, os líderes de bancada decidiram não incluir na pauta. Na semana seguinte, a votação não aconteceu por falta de quórum.

Enviado aos deputados gaúchos com atraso e sem regime de urgência no dia 1º de abril pelo governador Eduardo Leite (PSDB), o PL 172 2019 estabelece um reajuste de 3,4%, que repõe somente a inflação de 2018. Com a proposta, os pisos salariais no Estado ficam em uma faixa de R$ 1.237,15 a R$ 1.567,81, conforme a categoria. Já são quatro meses de atraso. A data-base do piso regional é 1º de fevereiro. 

Representantes das centrais defendem a emenda apresentada pela bancada do PT no dia 5 de abril, que prevê o reajuste igual ao salário mínimo nacional, que foi de 4,61%. O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembra que a reivindicação inicial das centrais era um reajuste de 8,43%, como forma de resgatar a diferença de 30% acima do mínimo nacional vigente entre 2002 e 2004, conforme estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Defesa do mínimo regional

“Vamos ocupar novamente as galerias do plenário para exigir o reajuste do mínimo regional, esse baita instrumento criado no governo Olívio Dutra, em 2001, para alavancar a economia gaúcha”, salienta o Nespolo. “Com salários reajustados, os trabalhadores consomem mais, as empresas produzem e vendem mais, e o Estado cresce e arrecada mais. Todo mundo sai ganhando”, reitera, criticando a emenda que prevê o fim do piso regional.

Em nota, a CTB-RS também repudiou o projeto do deputado Fábio Osterman (Partido Novo) que pretende acabar com o mínimo regional, sob os argumentos de que gera desemprego, inibe a contratação formal e que seu reajuste tem sido superior ao mínimo nacional. Assinada pelo presidente da central, Guiomar Vidor, a nota defende que a “Assembleia Legislativa deva rechaçar a proposta de acabar com o Mínimo Regional por ser infundada, incoerente, vergonhosa e desumana. E joga sobre o povo trabalhador mais humilde de nosso Estado a responsabilidade de uma crise da qual não são responsáveis”.

Edição: Marcelo Ferreira