Rio Grande do Sul

MEIO AMBIENTE

Audiência pública em Eldorado do Sul (RS) debaterá licenciamento de lavra de carvão

A sociedade civil está mobilizada e vai levar suas análises, questionamentos e preocupações sobre o projeto Mina Guaíba

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Esparramando-se por 4.373 hectares, a Mina Guaíba será a maior a céu aberto do país, localizada a 1,5 quilômetro do rio Jacuí
Esparramando-se por 4.373 hectares, a Mina Guaíba será a maior a céu aberto do país, localizada a 1,5 quilômetro do rio Jacuí - Foto: Maia Rubim / Sul 21

O objetivo da Audiência Pública é debater o projeto de mineração de carvão a céu aberto da Copelmi Mineração Ltda. em uma área localizada nos municípios de Eldorado do Sul e Charqueadas. O debate sobre a Mina Guaíba está marcado para esta quinta-feira, 27 de junho, às 18 horas, no ginásio da Escola Municipal David Riegel Neto, em Eldorado do Sul.

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler – RS (Fepam), responsável pela audiência, pontua que ela servirá para expor aos interessados o conteúdo do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) em análise a respeito do empreendimento em questão. “É fundamental que a sociedade se envolva neste momento pois a hora é agora, depois que um empreendimento desse porte se instalar, os impactos e riscos serão permanentes”, ressalta o engenheiro ambiental Eduardo Raguse Quadros, integrante da Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA Guaíba) e do Comitê de Combate à Megamineração no RS.

Na avaliação de Quadros, os benefícios do projeto Mina Guaíba não superam os riscos e os impactos socioambientais que vai causar. Entre eles, a piora na qualidade do ar (que já acontece em municípios onde a Copelmi opera, como Arroio dos Ratos, por exemplo), os impactos em fauna e flora (o local é zona núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) e área de influência da APA e Parque Estadual Delta do Jacuí), o rebaixamento do lençol freático, o desvio de arroios e o incremento de riscos ao Rio Jacuí.

Ele destaca também a expulsão de famílias que não querem sair do Loteamento Guaíba City e do Assentamento Apolônio de Carvalho, bem como a destruição da produção de arroz e hortifrutigranjeiros produzidos de forma orgânica que abastece dezenas de feiras e mercados na região metropolitana de Porto Alegre com alimento de alta qualidade, sem veneno e produzido localmente. “É imprescindível a realização de pelo menos mais uma Audiência Pública, pois a sociedade não teve acesso a todos os documentos do processo de licenciamento. Pela altíssima complexidade técnica, jurídica e socioambiental, localização e dimensão do projeto, o local apto a estabelecer um debate amplo e aprofundado é a capital do Estado”, finaliza.

Lançado na semana passada, o Comitê de Combate à Megamineração no RS é uma ampla articulação que visa congregar os movimentos que já fazem a resistência à mineração em seus territórios e os setores da sociedade civil que têm compromisso com a qualidade ambiental e de vida. A iniciativa busca construir entendimentos, desde a sociedade, acerca do processo de entrada deste modelo de megamineração no Rio Grande do Sul.

Transporte gratuito para participar da audiência

Aos interessados em participar da Audiência Pública sobre o Projeto Mina Guaíba, será disponibilizado transporte gratuito saindo às 16h30min. Interessados devem enviar o nome completo e RG para o WhatsApp (51) 998301560. Confira os pontos de saída do transporte:

- Assentamento Apolônio, saída em frente a Igreja assentamento.

- Loteamento Guaíba City, saída em frente ao colégio da comunidade.

- Charqueadas, saída em frente a Prefeitura.

- Porto Alegre, saída no Largo da Epatur.

Edição: Marcelo Ferreira