Rio Grande do Sul

13 DE AGOSTO

Trabalhadores e estudantes preparam ato de 13 de agosto em Porto Alegre

Plenária realizada nesta segunda-feira (05) definiu ações para o Dia Nacional em defesa da Educação e da Previdência

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Manifestação unificada será realizada em todo o Brasil e promete ser maior que as anteriores
Manifestação unificada será realizada em todo o Brasil e promete ser maior que as anteriores - Foto: Marcelo Ferreira

A fim de construir as ações para o Dia Nacional de Mobilizações em defesa da educação e contra a reforma da Previdência, a ser realizado no dia 13 de agosto, representantes do movimento estudantil, das centrais sindicais e dos movimentos sociais do Rio Grande do Sul se reuniram, nesta segunda-feira (05), na sede da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do RS (Fecosul). No encontro, foi definida a agenda de lutas unificada, que começa já nesta segunda, com um ato no aeroporto Salgado Filho, às 19h, com o objetivo de pressionar os 22 deputados federais gaúchos que votaram contra os direitos de aposentadoria no primeiro turno de votação.

No dia 13, o grande ato na Esquina Democrática, está marcado para as 18h, com caminhada até a Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Até lá, diversas atividades serão realizadas para mobilizar a sociedade. Entre elas, no dia 7 de agosto, às 17h30, acontece a plenária de estudantes na Faced.

Reunião definiu ações de mobilização até o dia 13 de agosto / Foto: Divulgação 

A Rede Soberania conversou com alguns dos participantes da reunião. O presidente da Fecosul e da CTB-RS, Guiomar Vidor, explicou que a ação desta segunda no aeroporto busca mostrar aos parlamentares que estão retornando à Brasília, após o recesso, que a sociedade está cobrando de quem votou a favor da reforma no primeiro turno. Lembrou, ainda, que os ataques promovidos pelo governo Bolsonaro (PSL) vêm em diversas áreas, criticando a Medida Provisória (MP) 881.

“O grande lema da MP é a liberdade econômica. Liberdade para quem? Para ampliar a exploração, pois libera trabalho aos domingos e feriados, acaba com jornadas especiais de bancários, jornalistas, todas as categorias que têm turnos especiais. Acaba com obrigatoriedade do cartão ponto, ou seja, empregador paga se quer as horas extras. É uma nova reforma trabalhista, e precisa ser debatida com a sociedade”, aponta Vidor.

O presidente da União Estadual dos Estudantes, Filipe Eich, reafirmou a importância da unidade entre o movimento estudantil e a classe trabalhadora para conter os retrocessos que acontecem em nível nacional e também estadual. “Os estudantes estão sempre ao lado dos trabalhadores. Nesse momento, também estamos ao lado dos servidores públicos do Rio Grande do Sul, com o Eduardo Leite (PSDB) atacando a carreira dos professores”.

O funcionalismo estadual vai se somar ao dia de lutas com um ato público na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, denunciando o desmonte do Estado e os ataques protagonizados pelo governo do RS aos servidores públicos. O ato terá início às 14h, e a programação deve contar com aulas públicas e atrações artísticas. Às 16h, as centrais sindicais se somam ao ato e, às 17h30, os manifestantes se unem ao grande ato, na Esquina Democrática.

“Mais da metade dos servidores gaúchos ganham menos de R$ 2.500 por mês, e, para receber, eles têm que ir no Banrisul e comprar o salário”, denuncia dirigente estadual da CSP-Conlutas, Érico Correa, em referência aos atrasos salariais e parcelamentos da folha de pagamento dos professores e demais servidores do Estado. “Além disso, o governador vai encaminhar para a Assembleia o desmonte das carreiras, com o fim de todas as vantagens temporais. Está em curso um grande sucateamento do IPE, que é o plano de saúde dos servidores. Parece que servidor público ficou responsável pelo pagamento da crise gerada pela burguesia e pelos rentistas que roubam dinheiro dos brasileiros” critica.

Quem mora no interior do Estado, conforme Correa, pode procurar pelos núcleos do CPERS-Sindicato, que está organizando transporte para o ato na capital. Já quem vai no interior, como lembra o dirigente da CUT-RS, Antonio Güntzel, pode procurar pelos atos que estão sendo organizados em diversos municípios, como Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo, Erechim e Rio Grande. “Vamos às ruas chamando a comunidade, trabalhadores e trabalhadoras, desempregados e desempregadas. Participem porque a unidade do povo vai fazer a diferença, vai fazer o país voltar aos trilhos, para que a gente possa ter um país com mais esperança e menos ódio”, disse.

Güntzel lembra ainda de duas outras graves medidas, que são a retirada de remédios de quem mais precisa e a liberação indiscriminada de venenos. “Se produz doenças como o câncer com a liberação de mais de 260 novos venenos nos primeiros 6 meses de governo, e se corta a distribuição de remédios para quem mais precisa. Distribuir veneno é distribuir a morte, agradando o grande capital, massacrando a população do país. Daí massacra mais com a reforma da Previdência”, reflete.

Grito dos Excluídos em defesa da democracia 

Os religiosos estão juntos na luta ao lado dos estudantes e trabalhadores, afirma o Articulador das Pastorais Sociais do Regional Sul 3, Waldir Bohn Gass. “Queremos justiça, liberdade e democracia. Todo apoio às mobilizações, principalmente na defesa da educação e da Previdência. O Grito dos Excluídos vem para empoderar essas ações”, afirma.

Em sua 25ª edição, o Grito dos Excluídos de 2019 tem como lema “Este sistema não Vale! Lutamos por justiça, direitos e liberdade”. O tema foi escolhido uma semana depois da tragédia de Brumadinho, mas esse vale para todo o sistema capitalista. “O Papa disse isso para os movimentos populares, na Bolívia. A grande maioria da população do mundo não tem mais nada a esperar do capitalismo. Está se tornando insuportável para o meio ambiente e destruindo as condições da sobrevivência da humanidade”, explica Bohn Gass.

Assista à cobertura da Rede Soberania 

 

Edição: Marcelo Ferreira