Rio Grande do Sul

MEIO AMBIENTE

Projeto que proíbe instalação de lixão em Viamão é derrotado na Câmara

Por 15 a 5, projeto foi rejeitado; aterro sanitário será implantado na zona rural, em área rica em biodiversidade

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Votação aconteceu nesta terça-feira (15)
Votação aconteceu nesta terça-feira (15) - Foto: Katia Marko

Sob protestos da população que lotou a Câmara de Vereadores de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o Projeto de Lei nº 066/2019, que estabeleceria a proibição de um lixão na zona rural do município, foi derrotado nesta terça-feira (15). O placar de 15 votos contrários e 5 a favor foi comemorado por integrantes do governo, que também se mobilizaram para a votação no plenário da casa.

Com o resultado, fica aberto o caminho para que a administração do prefeito André Pacheco (PSDB) dê andamento à instalação de um aterro sanitário em uma região rica em biodiversidade, produtora de alimentos orgânicos e próxima a uma aldeia indígena, que deve receber os rejeitos de 28 municípios da região.

Assinado pelos vereadores Adão Pretto (PT), Guto Lopes (PSOL), Rodrigo Pox (PDT), Armando Azambuja (PT) e André Gutierres (PP), o projeto surgiu a partir de audiências públicas com a comunidade, pensando na saúde da população ao redor e nos riscos potenciais altos de degradações do solo, das águas e do ar. Segundo a Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (FEPAM), o lixão traz alto potencial de poluição. Mesmo assim, o órgão aprovou sua instalação.

Durante a votação, Adão Pretto ressaltou aos demais vereadores que o projeto de lei que previa a proibição do lixão era apoiado pela população, que está mobilizada e não aceita o aterro sanitário. “Não podemos aceitar esse crime com a cidade de Viamão, temos um grande potencial, a cidade é referência na produção de arroz orgânico, tem um corredor ecológico, um rico meio ambiente, tem a praia de Itapuã”, criticou.

Já o vereador Igor Bernardes (PPS) defendeu sua posição contrária ao projeto afirmando que o assunto precisa ser tradado com seriedade. “É muito fácil e virou costume no país, infelizmente, projetos de lei que tem único objetivo: falar aquilo que as pessoas querem ouvir, projetos que não tem começo meio e fim, proposta sem alternativa de solução”, afirma.

Para Guto Lopes, “não há mais espaço para pensar que desenvolvimento está baseado na destruição da natureza”. Ele criticou o prefeito, recordando que o mandatário afirmou ser contra o lixão na zona rural, tendo inclusive assinado um abaixo-assinado contra a instalação, “e hoje ele mobiliza sua base para derrotar o projeto”, aponta. “Não acabou essa luta, amanhã seguimos, vamos ao judiciário, vamos até o inferno para derrubar o lixão, lixão aqui em Viamão, não”, conclui.

 

Edição: Marcelo Ferreira