O Senado Federal lança nesta segunda-feira, dia 11/11, às 17h, na Sala "O Retrato" do Centro Cultural Érico Veríssimo (Rua dos Andradas, nº 1223 - Centro Histórico), durante a Feira do Livro de Porto Alegre, o terceiro volume da Coleção Escritoras do Brasil, um conjunto de publicações que resgata a memória e o trabalho de escritoras que não tiveram o merecido reconhecimento por sua produção intelectual.
Desta vez, a homenageada é Nísia Floresta (1810-1885), considerada a primeira feminista a combater com as letras as injustiças de gênero vividas no Brasil. Potiguar, morou em Olinda, Porto Alegre e Rio de Janeiro, antes de se mudar para Paris, onde manteve produtiva relação intelectual com Augusto Conte. Em suas obras, costurou belas comparações sobre como os países europeus e americanos enxergavam a mulher na sociedade e, principalmente o acesso a sua educação.
A obra a ser reeditada durante a Feira do Livro da capital gaúcha é Opúsculo Humanitário, escrita originalmente em 1853. Por meio de artigos, a autora compara a inclusão educacional e social experimentada pelas mulheres em outros países à situação vivida pelo Brasil naquela metade do século 19. A partir daí, desenvolve suas teses de educadora e reformadora social, com firme defesa da autonomia da mulher na sociedade.
Nos dois primeiros volumes da Coleção, o Senado reeditou as obras Mulher Moderna, de Josefina Álvares de Azevedo (1851-1913), e Ânsia Eterna, de Julia Lopes de Almeida (1862-1934). Os dois livros podem ser adquiridos por meio da Livraria do Senado ou baixados gratuitamente por meio deste link.
Para a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, que estará presente ao lançamento desta terceira edição, a iniciativa reflete o propósito da Casa de apostar em políticas de equidade de gênero para transformar as relações sociais nas corporações, nas escolas e na sociedade.
O Senado é pioneiro em determinadas políticas de equidade de gênero no Brasil. Um exemplo é a cota de vagas em contratos terceirizados, que faz com que cada contrato destine 2% de vagas para mulheres vítimas de violência sexual ou doméstica. A iniciativa já foi seguida por órgãos públicos de vários estados e concorreu no ano passado ao Prêmio Natura de políticas de equidade.
Edição: Katia Marko