Consciência Negra

"Feminismo Negro nasce na vida cotidiana, não é ideologia", diz Patrícia Hill Collins

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, socióloga fala sobre gênero, raça e movimento negro nos EUA

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Renomada socióloga estadunidense concedeu entrevista durante seminário "Democracia em Colapso", organizado pela editora Boitempo
Renomada socióloga estadunidense concedeu entrevista durante seminário "Democracia em Colapso", organizado pela editora Boitempo - José Eduardo Bernardes/Brasil de Fato

Patricia Hill Collins, a renomada socióloga estadunidense, considera que mais do que pensar em termos de identidade, é importante a reflexão a partir da forma e do contexto em que  as pessoas vivem. Por isso, ela enfatiza que “o feminismo negro vem da resolução de problemas da vida cotidiana. Não vem de ideologia”.

"O problema é que outras formas de feminismo, como o feminismo branco, foi identificado como universal", por isso , a importância de diferenciar a luta de mulheres negras e mulheres brancas por seus direitos.

Segundo Collins, há dificuldades impostas no dia a dia de mulheres negras que fazem delas, desde sempre, conscientes de seu empoderamento. Mas as pressões sociais tendem a colocar as questões em caixas predeterminadas, embutiram no feminismo das mulheres brancas um caráter universal.

“Às vezes, mulheres negras não querem ser identificadas como feministas negras" porque a ideologia que vem do feminismo branco o apresenta como inapropriado ou não generalizável. Assim, "elas sofrem discriminações e desigualdades particulares”, diz. 

Collins concedeu entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, durante o seminário “Democracia em Colapso”, organizado pela editora Boitempo. Escritora de diversas obras, entre elas  Pensamento Feminista Negro: Conhecimento, Consciência e Políticas de Empoderamento, Collins se notabilizou também por se tornar a primeira mulher negra a presidir a Associação Americana de Sociologia. 

Na entrevista, Collins também fala sobre o empoderamento de mulheres negras; sobre interseccionalidade de gênero e raça no tema da violência; sobre o movimento negro nos Estados Unidos e sua relação com a figura do ex-presidente Barack Obama; e sobre os desafios da próxima eleição estadunidense.

Confira: 

Edição: Julia Chequer