Rio de Janeiro

GREVE

Ato dos petroleiros no Rio de Janeiro marca uma semana de greve nacional

Ao todo, 84 unidades do Sistema Petrobrás estão mobilizadas pela greve em 13 estados do país

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro - Tânia Rego / Agência Brasil

A paralisação nacional dos petroleiros completou uma semana nesta sexta-feira (7) com um ato em frente ao Edifício Sede da Petrobrás (Edise), no centro do Rio de Janeiro. Até agora, 84 unidades do Sistema Petrobrás estão mobilizadas pela greve em 13 estados do país, de acordo com o último balanço da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

A categoria protesta contra mais de mil demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Desde a última sexta-feira (31), um grupo de cinco trabalhadores da estatal ocupa uma sala de reunião no quarto andar do prédio.

Movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Levante Popular da Juventude, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) montaram uma vigília em frente ao prédio esta semana.

Sindicatos de diversas categorias, petroleiros, parlamentares e lideranças políticas como o ex-senador Lindbergh Farias (PT), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) e o deputados estaduais Waldeck Carneiro (PT) e Eliomar Coelho (Psol) participaram da manifestação durante toda esta sexta (7). Eles denunciaram os prejuízos das privatizações em curso no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e a importância de defender a soberania nacional.

"Essa greve demonstra o que este governo está fazendo com o que o povo brasileiro conseguiu construir com suor, sangue, trabalho, competência e tecnologia. Não só a Petrobrás mas várias outras empresas estão na mira desse governo. Nós sabemos o significado da Petrobrás para o desenvolvimento de outras cadeias produtivas, o quanto a energia é estratégica para qualquer lugar do planeta e o que significa perder essa empresa. A Petrobrás é reconhecida no mundo e a ganância sobre ela é imensa", discursou Jandira.

Ainda segundo a liderança da oposição, a Procuradoria da Câmara vai interpelar a Petrobrás por ter impedido a entrada de parlamentares no prédio da estatal no início da semana. Após sete dias de paralisação nacional, ainda não há interlocução dos grevistas com a presidência da empresa. Entretanto, Jandira informou que o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM) poderá mediar a abertura da negociação. 

O deputado Waldeck Carneiro (PT) defendeu que o desafio de barrar as privatizações é ainda mais importante do que a agenda eleitoral este ano. "Só a luta social e a organização dos trabalhadores terão força para derrubar a agenda entreguista. Estamos no coração dessa luta aqui no Rio de Janeiro onde ficam algumas das principais estatais brasileiras que são alvo do grande capital internacional que o Paulo Guedes representa", disse.

Desde o início na construção da vigília em apoio aos petroleiros e contra as privatizações, o Levante Popular da Juventude reafirmou seu papel. "É verdade que não são tempos fáceis, mas a juventude e a classe trabalhadora podem romper os cercos do neoliberalismo. Nós da juventude temos um compromisso com o patrimônio do povo brasileiro, acreditamos no sonho e em dias melhores para a classe trabalhadora", ressaltou Maíra Marinho.

Edição: Vivian Virissimo