Formação

Dia Internacional do Livro Vermelho: evento marca os 172 anos do Manifesto Comunista

Encontro no Armazém do Campo, em SP, terá leitura do livro de Marx e Engels mediada por João Pedro Stedile, do MST

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
manifesto comunista
A comemoração foi proposta por organizações internacionais a fim de contribuir na luta contra o neofascismo em todo o mundo - News Click

Marcando a data da primeira edição do Manifesto comunista, publicado em 1848 por Friedrich Engels e Karl Marx, nesta sexta-feira (21), comemora-se o Dia Internacional do Livro Vermelho.

Em São Paulo, um encontro com João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Sem Terra (MST), celebrará a data. Stedile vai coorderar uma leitura guiada Manifesto Comunista no Armazém do Campo, em São Paulo (SP), a partir das 18h.

O Dia Internacional do Livro Vermelho, proposto pela editora de livros indiana LeftWord Books, pela União Indiana de Editoras de Esquerda e pela Assembleia Internacional dos Povos (AIP), tem como objetivo contribuir na luta contra a ameaça neofascista em todo o mundo.

Os organizadores do evento ressaltam a importância da formação militante, principalmente em um contexto em que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados propagam o desmonte da cultura, em nome de uma suposta “limpeza ideológica”.

Neofascismo no Brasil?

Em entrevista ao Brasil de Fato, o sociólogo Michael Löwy afirmou que o Brasil vive hoje uma distopia. “É triste ver como o Brasil chegou ao ponto de ter um governo que eu caracterizaria, pelo menos, como semifascista.”

“Vejo a figura de Jair Bolsonaro e de boa parte de seu governo com traços fascistas de autoritarismo, com essa ideia de que precisamos "exterminar" o inimigo. O inimigo sendo a esquerda, as feministas, os indígenas, o MST, etc. Esse ódio ao "comunismo", que para ele é toda a esquerda, é uma característica do fascismo — assim como a ideia de que a única solução é a repressão.”

Para ele, o governo de Jair Bolsonaro não chega a ser inteiramente fascista, uma vez que lhe faltam aspectos de um “Estado totalitário, dos bandos armados, como os “fascio” de [Benito] Mussolini. Mas realmente há muitos aspectos do fascismo”.

“Temos muitos governos de extrema direita no mundo hoje em dia, infelizmente, como [Donald] Trump, nos Estados Unidos, [Viktor] Orbán, na Hungria, [Narendra] Modi, na Índia. Mas o que tem mais traços semifascistas, ou neofascistas, é o de Jair Bolsonaro.”
 

Edição: Rodrigo Chagas