Paraná

Pandemia

Governo Bolsonaro mostra incapacidade para gerir crise

Até agora, 17 pessoas próximas ao presidente foram infectadas. Atos mostram descontentamentos

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Até o dia 18, quando o governo reuniu ministros e anunciou medidas de combate à epidemia em entrevista coletiva, o presidente passou o tempo todo falando que o caso era de “histeria” - Carolina Antunes/PR

A cena do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), nas manifestações a favor de seu governo no domingo (15), com surto de coronavírus confirmado no Brasil, ficará marcada na história. E, pior, poderá ainda ter mais consequências, porque das pessoas que foram com ele a uma viagem aos Estados Unidos, 17 já tiveram diagnóstico confirmando a infecção.

Na quarta (18), foi anunciado que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o general da reserva Augusto Heleno, ministro do Gabinete da Segurança Institucional (GSI), tiveram resultado positivo para o coronavírus. Num momento de crise, em que um presidente precisa governar, ele se expôs e expôs pessoas que estavam no ato.

Mas até o dia 18, quando o governo reuniu ministros e anunciou medidas de combate à epidemia em entrevista coletiva, o presidente passou o tempo todo falando que o caso era de “histeria” e pedindo para que, por exemplo, continuassem as partidas de futebol, passando por cima de recomendações de seu próprio ministro da saúde.

Em postagem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou: “Por aqui, o presidente da República ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério, fazendo pouco caso da pandemia e encorajando as pessoas a sair às ruas. Isso é um atentado à saúde pública que contraria as orientações do seu próprio governo”.

Manifestações 

Na terça (17), ocorreram manifestações em vários locais do país, com pessoas batendo panelas e pedindo “Fora, Bolsonaro”. A noite de quarta (18), também foi de protestos contra Jair Bolsonaro. 
 

Edição: Lia Bianchini