Rio Grande do Sul

CORONAVÍRUS

Curva de contaminação é menor em Porto Alegre do que em cidades como Rio e São Paulo

Avaliação foi feita por professor da UFRGS; na opinião de médico do GHC, quadro definitivo só sairá dentro de 15 dias

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Mapa do RS com pontos de notificações de casos atualizado em 30/03 - Foto: Reprodução

Na manhã de sábado (28), o professor de Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Álvaro Ramos, divulgou nas redes sociais uma análise da curva de contaminação da coronavírus em Porto Alegre. Segundo ele, a curva na capital gaúcha apresentava um crescimento muito menor do que em cidades como Rio e São Paulo e também uma mortalidade inferior, com dois mortos desde o aparecimento do primeiro caso, no dia 5 de março.

Professor do Departamento de Matemática Pura e Aplicada da UFRGS, Ramos montou um gráfico com os dados da Prefeitura Municipal que demonstrava os casos de infecção por covid-19. Até o dia 26 já eram 115 casos. Ele explicou que o pico de crescimento se deu entre os dias 9, quando apareceu o segundo caso, e o dia 18, quando o número triplicou. Por último, passados oito dias, não chegaram a duplicar.

Ramos explicou que na primeira parte do gráfico a curva parece exponencial até o dia 18, mas, depois daquela data, isso não acontece mais e o padrão de exponencial passou a ser linear. E “isto é uma coisa muito boa”, disse o professor. Para ele, isso se deve ao comportamento das autoridades e da população que estavam seguindo as indicações de isolamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diretor técnico do Grupo Hospitalar Conceição e uma das referências em combate a epidemias no Estado, o médico Francisco Paz avaliou que o raciocínio do professor estava correto e no caminho certo, “mas uma avaliação mais definitiva só poderá ser feita dentro de 15 dias”. “No entanto, também acho quer este seja o caminho”, explicou o médico.

No domingo (29), o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Júnior (PSDB) apostou nesta linha e prorrogou o isolamento social na cidade até o próximo dia 30 de abril. Na sexta-feira (27), a Secretaria Municipal da Saúde estimou que o pico da infecção pelo deve ocorrer entre o fim de abril e o início de maio, período que coincide com o início dos dias frios na cidade.

Abaixo, um quadro divulgado pelo GHC:

Edição: Marcelo Ferreira