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Motoristas e cobradores de ônibus de Porto Alegre terão salários parcelados

Oito das 11 empresas privadas que atuam na Capital irão começar a parcelar salários a partir do mês de maio

Sul 21 | Porto Alegre |
Entre 20 de março e o final de abril, registrou 70% de queda de usuários. - Joana Berwanger/Sul21

A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) informou nesta quinta-feira que 8 das 11 empresas privadas que atuam na Capital irão começar a parcelar salários a partir do mês de maio. As empresas aderiram ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do governo federal, que permite a redução de jornadas e de salário e o pagamento de parte dos vencimentos dos trabalhadores pelo governo, mas, ainda assim, dizem que não têm condições de arcar com os salários em dia.

“A situação é bem delicada, as empresas não gostariam de tomar essa medida, principalmente neste momento, onde fica claro o quanto o trabalhador rodoviário é essencial”, diz em nota Antônio Augusto Lovatto, Engenheiro de Transportes da ATP.

A ATP diz que vem comunicando a Prefeitura há vários meses sobre as dificuldades geradas pela constante queda de passageiros, agravada pelo isolamento necessário para o enfrentamento ao novo coronavírus — entidade diz que, entre 20 de março e o final de abril, registrou 70% de queda de usuários — e que, mesmo tendo buscado alternativas como a mudança da tabela de horários, reduzindo linhas com pouca demanda, as empresas acumulam um prejuízo de R$ 46 milhões.

“Há algumas semanas estamos avisando que a saúde financeira das empresas está em uma situação muito complicada. Sem um subsídio por parte dos governos ficará muito difícil manter o sistema em funcionamento”, diz Lovatto.

Por sua vez, o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre (Stetpoa) divulgou um comunicado em que manifesta contrariedade com o parcelamento, bem como informa que algumas empresas já haviam atrasado os vencimentos de abril. A entidade cobra maior atenção da Prefeitura aos problemas enfrentados pelo transporte público.

“A diretoria do Stetpoa reforça, que, esta pauta está sofrendo da mais profunda desatenção do poder público e das empresas, que não vem adotando medidas que garantam a tranqüilidade dos trabalhadores, ainda que a população, empresários e o poder público admitam a essencialidade dos trabalhadores como prestadores de serviço inerentes ao funcionamento da cidade. Com o agravamento da pandemia do coronavírus — covid-19 –, a entidade de defesa dos trabalhadores mantém seu posicionamento de exigir a retratação dos organismos competentes, Prefeitura de Porto Alegre, EPTC e Sindicato Patronal, no intuito de avançar no debate que construirá a solução definitiva para a retomada da normalidade dos vencimentos salariais, já que o objeto mais grave do problema são as questões relacionadas à folha de pagamento dos trabalhadores”, diz a nota.

Edição: Sul 21