Rio Grande do Sul

SOLIDARIEDADE

Com 200 cestas doadas nesta quarta, CUT-RS já entregou 20 toneladas de alimentos

Ação congrega diversos sindicatos levando alimentos saudáveis para trabalhadores da periferia de Porto Alegre

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Também foram doadas máscaras de algodão confeccionadas pela Cooperativa Univens - Divulgação CUT-RS

Desde o início da campanha de solidariedade diante da pandemia do novo coronavírus que a Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS) vem fazendo em parceria com diversos sindicatos, já foram doadas cerca de 200 toneladas de alimentos para trabalhadores e trabalhadoras da periferia de Porto Alegre. Na manhã desta quarta-feira (20), foram doadas mais de 200 cestas básicas com alimentos orgânicos da agricultura familiar, em parceria com o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Sinpro-RS, ADUFRGS Sindical, SindiPetro-RS, Senergisul, SindiSerf-RS e Semapi-RS.

Dessa vez, os alimentos foram entregues para famílias em situação de vulnerabilidade social na União de Vilas, da Vila Cruzeiro, e nos bairros Glória, Partenon, Farrapos e Humaitá. Também foi beneficiado o Comitê de Crise da Comunidade, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. Também houve entrega de máscaras de algodão confeccionadas pela Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos (Univens), do bairro Sarandi.


Doações levam um pouco de dignidade para quem está impedido de trabalhar / Divulgação CUT-RS

Conforme o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, as doações levam um pouco de dignidade para quem está impedido de trabalhar devido à pandemia. “Não podemos dar trégua para levar comida, máscaras e esperança, na contramão do prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB) que baixou decreto municipal liberando o funcionamento de bares, restaurantes, lojas e centros comerciais, enquanto os números de mortes e casos de contaminados continuam subindo”, afirma.

Amarildo destacou que as organizações sindicais seguirão prestando solidariedade e que nada justifica levantar agora o isolamento social. "Nós queremos vida com saúde, emprego, renda e democracia. E para isso é preciso acabar com o governo Bolsonaro, que não cuida da vida do povo”.

Salvar vidas

Os sindicatos estão cumprindo um papel fundamental, mas isso caberia ao poder público, seja nas esferas federal, estadual e municipal, destaca o vice-presidente da CUT-RS e presidente do SindBancários, Everton Gimenis, “Os governantes deveriam estar prestando assistência à população carente. No entanto, estão mais preocupados em abrir o comércio e salvar a economia do que salvar vidas”, criticou.

A Cooperativa de Mulheres na Luta Anitas, da Vila Farrapos, e a Coadesc, da Vila Liberdade, agradeceram as doações de alimentos e as máscaras de algodão. “Queremos mandar um beijo no coração de todos que estão sendo solidários. É muito bom ter com quem contar neste momento de muita dificuldade”, destacou Simone Pinheiro, representantes das catadoras de materiais recicláveis da Anitas.


"Os governantes deveriam estar prestando assistência à população carente" / Divulgação CUT-RS

De mãos dadas com a Agricultura Familiar

Os alimentos, produzidos pela Rede Coop, que reúne 24 cooperativas da Agricultura Familiar, são distribuídos pela Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafitt), que organiza os alimentos e monta as cestas, levando-as até as entidades sindicais.

“Os produtos que integram as cestas básicas vêm de dezenas de municípios gaúchos. A iniciativa resolve dois problemas distintos. Ajuda a escoar a produção de pequenos produtores rurais e supre as necessidades de famílias carentes”, ressaltou o diretor de Relações Sindicais da ADUFRGS Sindical, Jairo Bolter.

Movimento sindical tem solidariedade no DNA


Sindipetro-RS também doou cestas a famílias de Novo Hamburgo / Divulgação CUT-RS

O Sindipetro-RS, que recentemente promoveu vendas de botijões de combustíveis a preço justo na luta contra a privatização da Petrobras e de suas refinarias, entregou mais de 50 cestas básicas para a União de Vilas, na Cruzeiro, e a famílias carentes de Novo Hamburgo, levando as ações de solidariedade para a Região Metropolitana.

“A fome não espera pela burocracia do governo Bolsonaro e, por isso, os petroleiros gaúchos se somam a essa bela iniciativa da CUT-RS e dos sindicatos filiados. Vale lembrar que a assistência à saúde e a Previdência Social são vitórias da classe trabalhadora que, quando unida, conquista direitos que ultrapassam os limites de suas categorias. O movimento sindical possui a solidariedade no seu DNA e isso está provado”, disse o diretor do Sindipetro-RS e da CUT-RS, Dary Beck Filho.

* Com informações da CUT-RS

Edição: Marcelo Ferreira