Rio Grande do Sul

Manifestações

Atos antifascistas marcam o final de semana gaúcho 

Protestos aconteceram na noite de sábado e na tarde de domingo, na cidade de Novo Hamburgo e na Capital 

Brasil de Fato | Porto Alegre |
“Fascistas, fascistas, não passarão”, “recua, fascista, recua, é o poder popular que está na rua” e “fora Bolsonaro”, foram as palavras de ordem do ato na capital - Alass Derivas

Nem o frio que chegou no estado impediu que grupos antifascistas se manifestassem nesse final de semana em duas cidades do Rio Grande do Sul, Novo Hamburgo e Porto Alegre. Além dos atos servirem como uma manifestação de repúdio ao governo de Jair Bolsonaro, assim como lembrar as mortes causadas pela covid-19 e o comportamento do presidente frente a esse contexto, os manifestantes protestaram contra o grupo de apoiadores de Bolsonaro, que nas últimas semanas têm se reunido nas ruas pedindo intervenção intervenção militar, fechamento do STF e outras pautas de cunho autoritário.

“Quem dá risada enquanto 20.112 vidas são perdidas?”, questionava a faixa preta empunhada por manifestantes antifascistas hamburguenses na noite de sábado (23). Atrás da faixa, um banner gigante de Jair Bolsonaro. A ideia da manifestação surgiu no grupo NH antifascista, que reúne cerca de três mil pessoas. Respeitando o distanciamento, um pequeno grupo representativo de 21 manifestantes, vestidos de preto, com máscaras de proteção, em um ato silencioso, com faixas, flores e velas, protestou contra o descaso do atual governo, e também como forma de prestar homenagem as vítimas da covid-19. O ato ocorreu em frente à sede do Aliança pelo Brasil, partido ainda não constituído apoiado por Bolsonaro, localizado na avenida Frederico Linck, próximo ao centro da cidade. 


“Quem dá risada enquanto 20.112 vidas são perdidas”, questionam antifascistas hamburguenses / arquivo pessoal

“Esse ato foi em homenagem às milhares de famílias que choram pelas vidas que se foram devido aos desmandos e falta de interesse do 'nosso' atual governo. Cansamos de ficar de braços cruzados. Todos, de alguma forma, estamos ajudando as famílias diretamente atingidas pela covid-19, seja com auxílio de alimentos ou com auxílio psicológico. Esse papel deveria ser do Estado”, expõe uma das manifestantes. Ela explica que, diante do descaso do governo com as vítimas da pandemia, “para não dizer deboche”, os manifestantes resolveram fazer um memorial em frente a foto do presidente. 

“Para que jamais esqueçamos de quem por ele foi esquecido. Que não são números. São mães, pais, tios, tias, irmãs, irmãos, filhos, filhas, primas, primos, amigas e amigos de alguém, e merecem todo o nosso pesar e respeito”, afirma. 

Para imprensa local, um dos representantes do partido ainda não fundado, delegado Rodrigo Zucco, afirmou que os manifestantes danificaram o painel com a foto de Bolsonaro, fato desmentido pelos manifestantes, que salientam que mais atos serão realizados. “Somos um grupo de pessoas, moradoras de Novo Hamburgo, altamente preocupadas com a situação incontrolável da pandemia, agravada pelas posturas inadequadas do presidente da República. Vamos fazer mais atos, todos dentro das normas de segurança, sem baderna, sem depredação".  

Ato na capital 

Já em Porto Alegre, pelo terceiro final de semana consecutivo, dezenas de manifestantes antifascistas realizaram um protesto, na tarde de domingo (24), nas proximidades do Comando Militar do Sul, no centro de Porto Alegre. Com palavras de ordem como “fascistas, fascistas, não passarão”, “recua, fascista, recua, é o poder popular que está na rua” e “Fora Bolsonaro”, integrantes de movimentos populares, entidades sindicais e de torcidas organizadas do Inter e do Grêmio fizeram com que uma carreata de apoiadores de Bolsonaro, que pretendia passar pela rua Bento Martins, recuasse. 

“É um momento importante para retomar o espaço das ruas, obviamente respeitando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), pensando a questão da nossa proteção e a proteção do nosso povo, mas necessitamos apresentar para esses setores que eles não vão estar nas ruas sozinhos”, disse a representante da Frente Brasil Popular, Suélen Gonçalves.

“O ato mostrou a importância da união do povo e foi mais um evento de paz para quem prega o ódio”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, Hugo Barbosa da Silva.

“Acredito que uma meia dúzia de bolsonaristas continua sendo fiel, mas isso vem diminuindo, contra milhares de brasileiros que estão insatisfeitos e não querem mais o Bolsonaro na presidência do país”, destacou a representante da Frente Povo Sem Medo, Priscila Voigt.

 O ato transcorreu sem incidentes. Assista à vídeorreportagem sobre a manifestação realizada pela CUT-RS

*Com informações da CUT -RS

Edição: Marcelo Ferreira