Rio Grande do Sul

COOPERATIVISMO

Cresol Metropolitana será lançada para atender trabalhadores e sindicatos

Ato de lançamento será na quarta-feira (27) com transmissão ao vivo pela Rede Soberania e pelo Brasil de Fato RS

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ato virtual de lançamento da Cresol Metropolitana - Divulgação

A Cresol Metropolitana será lançada, nesta quarta-feira (27), às 9h, na sede da CUT-RS, em Porto Alegre, com o objetivo de oferecer os serviços de uma das principais cooperativas de crédito do país para trabalhadores e entidades sindicais. Haverá também a abertura das primeiras contas.

O ato será transmitido ao vivo pela páginas no Facebook da Rede Soberania e do Brasil de Fato RS e contará com a participação do conselheiro da Cresol Tenente Portela, Gelson José Ferrari, do presidente da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Rio Grande do Sul (Unicafes-RS), Gervásio Plucinski, do presidente e da secretária-geral da CUT-RS, Amarildo Cenci e Vitalina Gonçalves, respectivamente, e do vereador Adeli Sell, do PT de Porto Alegre.

A CUT-RS buscou uma aproximação com a Cresol para debater o processo de financiamento das entidades sindicais, seguindo uma das resoluções aprovadas no 15º Congresso Estadual da CUT-RS. A proposta foi apresentada e defendida pelos delegados Jairo Bolter, da ADUFRGS Sindical, e Rui Valença, da FETRAF-RS.

“O objetivo é potencializar as receitas e reduzir as despesas para enfrentar os efeitos perversos das reformas trabalhistas dos governos Temer e Bolsonaro, que impactaram os trabalhadores e a sustentação financeira das entidades”, destaca Amarildo.

Surgida no início dos anos de 1990, juntamente com o novo sindicalismo, no processo de redemocratização do Brasil, a Cresol é uma cooperativa de crédito que veio com o propósito garantir acesso a empréstimos financeiros com juros subsidiados para trabalhadores da agricultura familiar.

“A ideia era a de criar um sistema para circular o dinheiro e financiar a pequena produção rural, uma vez que nas pequenas propriedades rurais e em assentamentos da reforma agrária não havia parceiros que pudessem estimular o trabalhador do campo a fazer investimentos para ampliar a rentabilidade de suas plantações e criações de animais”, explica o secretário de Organização Política e Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Alternativa à ganância dos banqueiros

A Cresol tem 20 anos de atuação e possui mais de 500 mil famílias cooperadas em dez estados brasileiros e atende também grandes cidades brasileiras, fornecendo crédito para micro e pequenos empreendedores.

“O cooperativismo busca facilitar a vida econômica de seus associados, oferecendo empréstimos a juros menores do que os fornecidos pelos bancos e possibilitando a criação de poupanças com taxas de rentabilidade superiores às disponibilizadas pelas grandes instituições financeiras, com supervisão do Banco Central, além de fomentar os cooperativados”, enfatiza Ferrari.

“É um regime que evita a apropriação da produtividade do trabalhador e de cobrança de taxas exorbitantes de serviços por gananciosos e insaciáveis acionistas dos bancos. Além do mais, ao final de cada ano há distribuição de sobras entre os associados da cooperativa”, ressalta.

“Com o cartão da Cresol é possível pagar suas contas, fazer compras no supermercado e gerir seu dinheiro da mesma forma que é feito através de um banco tradicional, porém com menos custos. Eu vou abrir conta na cooperativa e recomendo a todos que façam o mesmo”, indica Nespolo.

“Em um banco normal, o CEO e seus acionistas definem quem e quanto se vai ganhar, por isso que o sistema financeiro se consagrou no Brasil como um dreno da produtividade, do trabalho e da renda nacional. Acumula de forma inimaginável toda a renda, gerando margens de lucro que são vergonhosas”, explica o conselheiro da Cresol.

“A diferença de uma cooperativa de crédito e um banco privado é que o cooperado opina, as decisões são horizontais, as sobras são distribuídas entre os associados. Isso demonstra um outro conceito de valorização do dinheiro”, salienta Gervásio.

Aula pública da ADUFRGS Sindical


Aula pública virtual ocorre nesta quarta, das 10h às 12h / Divulgação

Neste mesmo dia, das 10h às 12h, a ADUFRGS Sindical (Sindicato Intermunicipal dos Professores de Institutos Federais de Ensino Superior do Rio Grande do Sul) promoverá uma aula pública, com transmissão ao vivo pelo Youtube (https://www.youtube.com/user/CanalADUFRGS), sobre “Educação Financeira em tempo de pandemia: Sistema Financeiro e Cooperativismo de Crédito”.

Participarão o professor de Economia e Relações Internacionais da UFRGS, André Moreira Cunha, e o professor do Curso de Gestão de Cooperativas da UFSM,  Vitor Kochhann Reisdorfer. A mediação será feita pelo tesoureiro da ADUFRGS e diretor de Assuntos Jurídicos do PROIFES-Federação, Eduardo Rolim.

A ideia, segundo Rolim, é analisar como trabalhadoras e trabalhadores são tratados pelos bancos comercias, “que cobram altas taxas de juros e não oferecem tratamento diferenciado como aos professores, por exemplo”. Na opinião do sindicato, explica Rolim, as cooperativas de crédito são uma alternativa para romper esse sistema abusivo.

Com a pandemia, a questão torna-se mais urgente, aponta o diretor de Relações Sindicais da ADUFRGS, Jairo Bolter. “Os trabalhadores são os que mais estão sofrendo com a crise do coronavírus. O modelo das cooperativas, sem dúvida, pode ajudar a superar essa crise, no momento que inclui o trabalhador na gestão e ganhos da cooperativa. Queremos ajudar a organizar a classe trabalhadora para sairmos dessa crise mais unidos”.

* Com informações da CUT-RS

Edição: Marcelo Ferreira