Rio Grande do Sul

Ativismo

Parada Livre organiza live para angariar recursos a artistas

O evento também tem como objetivo pressionar governo e divulgar estabelecimentos LGBTs

Sul 21 | Porto Alegre |
O evento virtual pretende celebrar a diversidade, pressionar por políticas públicas de prevenção à violência contra LGBTs e arrecadar fundos para apoiar artistas locais - Divulgação

O coletivo organizador da Parada Livre de Porto Alegre marcará o início do mês do Orgulho LGBTI+ com uma apresentação ao vivo na internet. O evento virtual pretende celebrar a diversidade, pressionar por políticas públicas de prevenção à violência contra LGBTs e arrecadar fundos para apoiar artistas locais. A atividade acontece no dia 31 de maio às 20h30 e deve seguir até às 2h do dia 1º de junho com transmissão ao vivo nas páginas do Facebook e Youtube da Parada Livre e das entidades organizadoras.

O evento terá também caráter político e de pressão social contra o governo Bolsonaro. Os coletivos sinalizam que o presidente está sendo irresponsável no combate à pandemia de covid-19, o que acaba gerando ainda mais problemas a populações que já são historicamente vulnerabilizadas em direitos humanos, especialmente a população LGBTI+. “Muitos LGBTs vivem em situação de vulnerabilidade social e miséria por causa da discriminação. Não podem sequer ficar em casa por que são expulsos delas ou o preconceito torna o ambiente insuportável. Em vez de resolver o problema, Bolsonaro continua nos atacando, prometendo enviar um projeto para proibir o debate sobre gênero e sexualidade ao Congresso Nacional”, argumenta o coordenador da ONG Nuances, Célio Golin.

Durante a programação, o grupo divulgará uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Apoia.se para receber doações que serão distribuídas para os artistas que fizerem parte da live. “A pandemia fez com que muitos artistas LGBTs, que ganhavam a vida se apresentando na noite porto-alegrense, perdessem sua principal fonte de renda. São ativistas como nós que disponibilizam sua arte para a Parada nos últimos 23 anos e que agora precisam do nosso apoio”, explica uma das organizadoras, Taynah Ignacio, do coletivo Juntos.

Os estabelecimentos parceiros da Parada Livre, tradicionais apoiadores do evento e referências no acolhimento de pessoas LGBTI+ na cidade, apresentarão ao longo de toda a programação suas iniciativas e produtos pensados especialmente para o momento. A ideia é que o público possa comprar os produtos e ajudar os locais a passar pelo período de baixo consumo por causa do necessário isolamento social.

Ao todo, mais de 20 pessoas de diferentes instituições participam da organização, se dividindo voluntariamente entre criação de vídeos, produção do evento, divulgação e mobilização de parceiros. Os seguintes grupos organizam a ação: Nuances, ONG Igualdade RS, Outra Visão LGBT, Somos – Comunicação, Saúde e Sexualidade, G8-Generalizando/UFRGS, Juntos LGBT, Mães Pela Diversidade, Escoteiros do Brasil RS, Homens Trans em Ação, Coletivo Amora, Bloco da Diversidade, Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids – RNP/RS, Núcleo de Diversidade Sexual do Sintrajufe-RS (NUDS), Teia Direitos Humanos, Bixas Pretas e Coletivo pela Educação Popular TransEnem.

Edição: Sul 21