Ceará

Coronavírus

Movimentos populares divulgam carta com preocupações sobre a retomada econômica no CE

Mesmo com essa retomada, vale lembrar que o estado, incluindo a capital cearense, ainda está em isolamento social

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
Fortaleza volta a vivenciar um isolamento mais moderado, outras sete cidades do interior estão iniciando um processo mais rígido - Divulgação/PMCI

Teve início no dia 1º de junho, a etapa de transição do Plano Responsável de Abertura das Atividades Econômicas e Comportamentais em Fortaleza, apresentado pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), na última quinta-feira (28) que permite a volta das atividades de 17 setores. Mesmo com essa retomada, vale lembrar que o estado, incluindo a capital cearense, ainda está com o isolamento social implantado. A diferença é que, enquanto Fortaleza volta a vivenciar um isolamento mais moderado, outras sete cidades do interior estão iniciando um processo mais rígido.

A abertura das atividades econômicas se dá no momento em que, de acordo com dados da última atualização do IntegraSUS, o estado do Ceará chega a 50.504 casos confirmados da doença e 3.188 óbitos. Fortaleza concentra 24.104 casos confirmados e 2084 óbitos. Em nota pública, o Fórum Ceará pela Vida, coletivo que reúne representações de mais de 70 movimentos, entidades e organizações do campo e da cidade, mostrou preocupação com o anúncio do Plano de Retomada Gradual e Responsável da atividade econômica no Ceará. “Neste sentido, apelamos ao senhor Governador para que reveja o conjunto de medidas anunciadas (...) levando em conta o risco de termos não uma nova onda – uma vez que a atual sequer terminou, mas o recrudescimento da Covid–19 no Ceará, ceifando a vida de muitos cidadãos e cidadãs e afetando milhares de famílias”, diz um trecho da nota.

Em outro trecho é lembrado da necessidade de inclusão dos movimentos populares e sindicais do estado no debate sobre essa retomada, já que eles compõem o Comitê Gestor de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus no Ceará e que, acordo com a nota, sequer foram ouvidas.

A nota também foca nos trabalhos que devem ser realizados para além da volta da economia. “Ante de se falar em retomada da atividade produtiva, precisamos discutir também, dentro do Comitê Gestor estadual, a questão do trabalho de assistência às populações e povos tradicionais e das periferias, com a implementação de ações efetivas que cheguem às comunidades e aos grupos vulneráveis (população em situação de rua, migrantes e catadores). Portanto, defendemos o isolamento social com condições de manutenção, a partir da garantia de renda e das condições de saúde”.

Juazeiro do Norte

Seguindo o exemplo de Fortaleza, a prefeitura de Juazeiro do Norte também irá implementar, a partir do dia 1° de junho, até o próximo dia 7, o novo decreto municipal que insere a retomada gradual e responsável de alguns setores do comércio e da indústria, conforme estabelece o decreto oficializado pelo Governo do Estado. No município, o decreto libera a operação das indústrias de calçados, metalmecânica e da construção civil, abertura de lojas de material de construção, imobiliárias, óticas e salões de beleza, dentre outros estabelecimentos. Todos com até 30% do trabalho presencial. 

De acordo com dados divulgados pela Prefeitura de Juazeiro do Norte, a cidade conta com 314 casos confirmados e 14 óbitos.

Plano de Reabertura em Fortaleza

De acordo com informações divulgadas pelo Governo do Estado do Ceará, essa primeira etapa, que começou 1º de junho, é de transição e irá possibilitar a operação de 100% da área de saúde, incluindo consultórios médicos e odontológicos; 31% da cadeia da construção civil, com até 100 operários por obra e; 30% de efetivo no setor produtivo.

Além dessas áreas, a etapa também contará com o retorno de percentuais de outros setores, como: indústria química e correlatos; artigos de couros e calçados; indústria metalmecânica e afins; saneamento e reciclagem; indústria e serviços de apoio; energia; têxteis e roupas; comunicação, publicidade e editoração; artigos do lar; agropecuária; móveis e madeira; tecnologia da informação; logística e transporte; automotiva; e esporte, cultura e lazer.
 

Edição: Monyse Ravena