Rio Grande do Sul

BALANÇO

RS tem 286 mortes por covid-19; doença já é registrada em dois terços dos municípios

Em todo o Brasil, são mais de 700 mil infectados e 37 mil mortes; governo tenta ocultar dados

Brasil de Fato | Porto Alegre |
São 12.135 casos confirmados da doença no RS, que atializou as bandeiras do - Divulgação SES

O Rio Grande do Sul registrou, neste domingo (7), 99 novos casos da covid-19. Com isso, o número total de pessoas que já tiveram contaminação confirmada subiu para 12.135. A doença segue crescendo no interior, já sendo registrada em 330 cidades, equivalente a dois terços dos municípios gaúchos. As informações são da Secretaria Estadual da Saúde (SES).

Nas últimas 24 horas, foram confirmados três óbitos pelo novo coronavírus. Na sexta-feira e no sábado, a SES havia confirmado o óbito de 18 pessoas. Até o momento, já são 286 vítimas fatais no estado.

Dos 12.135 casos já confirmados pela SES, 8.560 (71%) já estão recuperados, enquanto 3.280 (21%) ainda estão em acompanhamento. A taxa de ocupação de leitos geral de UTI adulto no estado, que soma o SUS e a rede privada, está em 71,8%. Até a manhã desta segunda-feira (8), dos 1.920 leitos disponíveis, 1.378 estão ocupados.

Três regiões apresentam piora no Distanciamento Controlado


16 cidades apresentam risco médio e 4 risco baixo / Divulgação SES SEPLAG

O mapa do Rio Grande do Sul ficou ainda mais laranja após a quinta rodada do modelo de Distanciamento Controlado, que define protocolos com restrições proporcionais ao risco de epidemiológico do coronavírus. Neste sábado, o governo do estado atualizou as bandeiras, elevando o risco da epidemia de covid-19 de amarelo para laranja nas regiões de Santa Cruz do Sul, Santa Rosa e Ijuí. Já a região de Pelotas apresentou melhora, reduzindo do laranja para o amarelo, que significa risco baixo.

Com isso, a nova versão do mapa tem apenas quatro áreas em amarelo – Bagé, Cachoeira do Sul, Pelotas e Taquara –, as demais 16 regiões estão com risco médio. Esta é a quarta semana de atualização do modelo, que ainda não registrou nenhuma região do estado com risco alto (bandeia vermelha) nem altíssimo (bandeira preta) no Estado. As novas bandeiras são válidas a partir de segunda-feira (8/6) até o domingo seguinte (14/6).

Brasil tem 700 mil casos de covid-19 e 37 mil mortes

O Brasil registrou 1.382 novas mortes pelo coronavírus, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde por volta das 20h30 deste domingo (7).

Os números do contágio de covid-19 teriam aumentado, segundo este balanço, em 12.581 novos casos. Por esse fechamento, portanto, o país acumularia desde o início da pandemia 695.427 casos de covid-19, com 37.312 mortes.

Governo Bolsonaro briga com números

Uma hora e meia depois, surgiram novos números do Ministério da Saúde para a mesma epidemia. O número de casos confirmados em um dia aumentou para 18.912, totalizando 701.758. O total de mortes, porém, de acordo com essa segunda versão, caiu para 525 em 24 horas e 36.455 no total. A conta é da redação, já que a o ministério passou a omitir a totalização.

Depois de passar mais de três meses – desde o registro oficial do primeiro caso de coronavírus no país, em 26 de fevereiro – brigando com a gravidade da epidemia, o governo de Jair Bolsonaro, mudou o alvo. Passou a brigar com os números.

Primeiro, atrasou boletins epidemiológicos, antes divulgado por volta das 16h, para depois das 19h. Depois, para após às 22h. “Acabou matéria no Jornal Nacional“, disse Jair Bolsonaro, admitindo o interesse em retirar dos telejornais da noite o impacto do avanço da pandemia.

Censura e ilegalidade

O site oficial do Ministério da Saúde sobre os números da covid-19 havia sido retirado do ar no fim de semana. Quando retornou, na noite de sábado, informações da totalização dos casos e mortes haviam sido excluídas. O painel passou a destacar o número de pacientes recuperados e a expor somente os dados das últimas 24 horas.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que o “novo modelo” de divulgação dos números sobre a covid-19 abordará o cenário atual da doença, com análise de casos e mortes por data de ocorrência. “O Ministério da Saúde vem aprimorando os meios para a divulgação da situação nacional de enfrentamento à covid-19”, diz a nota. 

“Esconder os dados é ilegal e ministro deve ser responsabilizado. Art. 6º §2º da Lei 13.979/2020: ‘O Ministério da Saúde manterá dados públicos e atualizados sobre os casos confirmados, suspeitos e em investigação, relativos à situação de emergência pública sanitária’.” A afirmação, publicada no Twitter, é da advogada atuante em direitos humanos Eloísa Machado, professora de direito e pesquisadora sobre o Supremo Tribunal Federal na Fundação Getúlio Vargas.

O ex-ministro da Saúde, deputado federal Alexandra Padilha (PT-São Paulo), disse também na rede social que esconder os números sobre a covid-19 é o jeito o jeito de “mascarar a culpabilidade de Bolsonaro em todo esse caos que o Brasil se encontra”.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS) a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19. 

Como ajudar a quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Como tirar dúvidas?

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].

Edição: Marcelo Ferreira