Pernambuco

ECONOMIA

Percentual de famílias endividadas em junho é o maior desde setembro de 2015

Perspectiva é de parte da população desempregada, endividada e com outras restrições de consumo

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Nesse período, o consumo ainda vem sendo concentrado em itens essenciais - Marcos Santos/USP Imagens

Durante a pandemia do novo coronavírus, a crise pela qual o Brasil estava vivenciando se acentuou. O nível de desemprego e miséria aumentaram e, consequentemente, também houve o aumento no endividamento da classe trabalhadora. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), as famílias pernambucanas seguem a tendência nacional e o endividamento cresce pelo segundo mês consecutivo.

O percentual de famílias endividadas em junho atingiu os 75,2%, subindo em relação a maio, que estava em 74,0%. Esta é a maior taxa de endividados desde setembro de 2015, quando o resultado atingiu os 75,2%, já para os meses de junho. Este é o maior valor desde a criação da pesquisa, iniciada em 2010.

Em números, o percentual de 75,2% equivale a 386.509 famílias endividadas, alta de 6.304 lares em um mês, já em relação ao mesmo período de 2019 houve uma alta de 30.953 famílias. Com a epidemia da Covid-19, as famílias que já possuíam alguma dificuldade em quitar suas dívidas tiveram essas dificuldades aumentadas e atualmente, no Estado 161.408 famílias estão com alguma conta em atraso.

O aumento do desemprego reduz o poder de compras das famílias e aumenta a restrição orçamentária. Quando se analisa o resultado por tipo de dívida, verifica-se que o tipo mais apontado continua sendo o cartão de crédito, atingindo 92,2%, seguido pelo endividamento com carnês, que representa 16,5%. A maioria das famílias endividadas informam também que as dívidas comprometem entre 11% e 50% da renda, valor considerado preocupante visto que após o pagamento das despesas correntes grande parte das famílias podem não apresentar recursos financeiros suficientes para se manter.


 

Edição: Vanessa Gonzaga