O Tribunal de Justiça/RS voltou atrás e adiou o retorno das atividades presenciais do Judiciário gaúcho para o dia 15 de julho. A decisão foi tomada pelo presidente do TJ/RS, Voltaire de Lima Moraes, diante do avanço da covid-19 no Estado.
A data anterior – 1º de julho – era fortemente questionada pelos funcionários, atemorizados pelos riscos envolvidos num retorno com a pandemia em curva ascendente. “É uma pequena vitória dentro de um contexto tão difícil para toda a sociedade”, comentou o secretário geral do Sindicato dos Servidores da Justiça/RS (Sindjus), Valter Macedo.
Levantamento realizado pelo sindicato indicou que 21% das comarcas possuem casos de contaminação por coronavírus entre os servidores. E 42% delas não contam com equipamentos de proteção individual (EPIs) para todos os funcionários, enquanto 65% não fazem aferição da temperatura corporal. São cerca de oito mil servidores da justiça distribuídos por todo o estado, agora trabalhando de forma remota.
Um quadro mais grave é o dos oficiais de justiça, obrigados a circular e cumprir mandados urgentes ou não. Para Sirlan Cruz, presidente da Associação dos Oficiais de Justiça/RS (Abojeris), estes servidores “estão sendo lançados ao sacrifício”, inclusive visitando presídios e ampliando o risco de contágio para milhares de pessoas.
Para pressionar TJRS, o Sindjus RS lançou uma campanha pela reconsideração da retomada das atividades presenciais no judiciário gaúcho. A campanha foi identificada pelas tags #EstamosTodosEmRisco e #ReconsideraTJRS com o objetivo de denunciar o perigo atrelado à reabertura precoce dos prédios do poder judiciário, onde poderão voltar a transitar milhares de pessoas diariamente, facilitando a disseminação do novo coronavírus.
Edição: Katia Marko