Rio Grande do Sul

PROTESTO

Levante das Mulheres se une a STOP Bolsonaro em manifestações neste domingo (28)

Ato que denuncia ameaça do governo Bolsonaro ao planeta mobiliza 63 cidades em 25 países

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Em Porto Alegre, ato será virtual através das redes sociais - Divulgação

Depois de somar mulheres de todos os estados do país, do Distrito Federal e também brasileiras que vivem no exterior, o Levante Mulheres Derrubam Bolsonaro se une a uma série de manifestações pelo mundo neste domingo (28), o STOP Bolsonaro. A iniciativa, capitaneada por movimentos de esquerda na Europa e nas Américas, vai denunciar nas ruas e nas redes de pelo menos 25 países e 63 cidades o tamanho do descontentamento com o governo brasileiro, “que ceifa vidas, destrói os direitos dos brasileiros e ameaça o planeta dia após dia”.

O ato é unificado, mas não uniforme, pois cada cidade é autônoma e os coordenadores de cada ato são responsáveis por organizarem seus eventos, como explica Gisele Figueiredo, integrante do Levante Mulheres Derrubam Bolsonaro. “A organização do evento em Porto Alegre optou pela realização de uma manifestação virtual por conta da pandemia do novo coronavírus. Afinal, o Rio Grande do Sul chega a 23 mil infectados, mas a Secretaria da Saúde não informa novas mortes”, critica.

A programação virtual inicia às 10h no Brasil, através das redes sociais: YouTube, Instagram, Facebook e Twitter (@Derrubam). A organização informa que vai publicar um protocolo de segurança digital e presencial do manifestante, em razão da covid-19, que será distribuído aos coletivos também pelas redes.

A manifestação é pela vida e contra o retrocesso. Desde o golpe de 2016, as conquistas de direitos das últimas décadas têm sido aniquiladas, ressalta o movimento. O STOP Bolsonaro denuncia que o Meio Ambiente, a Cultura, a Saúde, a Educação e a Ciência deixaram de fazer parte da agenda de desenvolvimento no país. Também o estímulo à violência, necropolítica que mata o povo negro, cortes no orçamento e as suspeitas de que membros do governo e o próprio presidente estejam envolvidos em diversas ilegalidades, como no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Silva.

“Há um genocídio em curso no Brasil e não vamos nos calar até tirarmos o Messias de arma na mão do Poder. Essa mobilização é o reflexo da insatisfação de toda uma sociedade civil e de suas bandeiras ligadas aos direitos humanos, aos LGBTQI+, respeito ao estado democrático de direito, ao meio ambiente, à subnotificação da covid-19”, explica Gisele, destacando que são mais de 50 mil mortos e 1.2 milhão de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil.

A criação do "Ato Mundial STOP Bolsonaro” e seu crescimento orgânico foi impulsionado pela reunião de coletivos políticos, movimentos sociais, sindicatos, grupos de proteção aos direitos humanos, políticos e membros da sociedade civil de várias partes do mundo. Em comum, o fato de acreditarem na importância de denunciar as ações genocidas do governo de Jair Bolsonaro.

Conforme a coordenação do movimento, o ato é suprapartidário e não apartidário. “Lutamos por uma sociedade plural, politizada e que entenda que os partidos políticos são o caminho natural numa democracia e nosso ato estimula que os ativistas carreguem suas bandeiras com orgulho e sem medo”, destaca Gisele.

Manifesto

Os atos intitulados “STOP Bolsonaro” se juntam ao grito das mais de 40 mil brasileiras que já assinaram o Manifesto do Levante das Mulheres, documento que cobra das instituições da República o cumprimento dos seus papéis.

O Manifesto será protocolado no dia 2 de julho no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que analisa a cassação da chapa eleita em 2018 sob acusação de fraude, na Câmara dos Deputados, onde dezenas de pedidos de Impeachment se avolumam, e também no Supremo Tribunal Federal (STF), que deve apurar acusações de inúmeros crimes, como os praticados na saúde pública, a produção de notícias falsas, a apologia à ditadura, ao fascismo, além de outros atentados à Constituição.

Edição: Marcelo Ferreira