Rio Grande do Sul

Dia do Basta

Educadores protestam contra precarização e desrespeito na rede de ensino estadual

CPERS Sindicato denunciou abandono do governo em frente ao Palácio Piratini e nas Coordenadorias Regionais de Educação

Brasil de Fato | Porto Alegre |
“Dia do Basta” foi marcado por manifestações em frente ao Palácio Piratini e nas Coordenadorias Regionais de Educação - Caco Argemi/CPERS

O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS Sindicato) realizou uma série de protestos no estado, nesta sexta-feira (31), denunciando os 56 meses de atraso e parcelamento dos salários e o abandono da rede estadual pelo governo Eduardo Leite. Chamado de “Dia do Basta”, a iniciativa foi marcada por manifestações em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, e nas Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) em diversas cidades gaúchas.

Com número reduzido de pessoas, devido à pandemia, a categoria denunciou a retirada de direitos, a sobrecarga de trabalho e a ausência de suporte financeiro e material para as aulas remotas. Nas regiões de abrangência dos núcleos do CPERS, os educadores realizaram carreatas e manifestações em frente às CREs para marcar o Dia do Basta. Concomitantemente, o sindicato promoveu uma mobilização nas redes denunciando o abandono do governo aos professores, funcionários de escola e estudantes.


Ato em Caxias do Sul / Divulgação CPERS

“Basta de massacrar a categoria, governador. Nos dê condições de viver. Esse sindicato não se calará, continuaremos fazendo a denúncia desse governo caloteiro, que não paga nosso salário e nem os dias de greve, mesmo após termos recuperado as aulas”, afirmou a secretária-geral do CPERS, Candida Beatriz Rosseto.

A falta de estrutura para a efetivação das aulas remotas foi um dos pontos destacados na manifestação. “Temos trabalhado muito mais e investido como nunca, com um salário que não chega no dia certo. Estamos usando recursos próprios, que já são escassos, para poder realizar as aulas”, observou o 2º vice-presidente do Sindicato, Edson Garcia.


Ato em São Leopoldo / Divulgação CPERS

A vice-diretora do colégio Emílio Massot, Neiva Lazarotto, ressaltou que apesar de toda dedicação dos educadores, foram atendidos menos de 30% dos estudantes. “Entregar atividades nesse momento em que estamos em bandeira vermelha, não é seguro. Cadê a internet que o governo prometeu para os professores e estudantes?”, indagou.

“O governo Leite é igual ao Bolsonaro, usa a pandemia para atacar os nossos direitos retirando o Difícil Acesso e o Vale Transporte. Exigimos salário em dia e o pagamento dos dias de greve, trabalhamos e queremos nosso dinheiro de volta”, frisou o diretor Cássio Ritter.


Ato em Palmeira das Missões / Divulgação CPERS

Em Ijuí, os educadores fizeram a entrega de um ofício requerendo que o representante do governo na 36ª CRE intervenha com o Executivo, para que sejam pagos os dias de greve, já recuperados pela categoria.

Edição: Marcelo Ferreira