Rio Grande do Sul

IMPEDIMENTO

Por ampla margem de votos, Câmara abre processo de impeachment contra Marchezan

Seis pedidos de afastamento do prefeito da Capital já foram arquivados, mas, desta vez, quase 90% votaram contra ele

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A acusação é de uso indevido de verbas d o Fundo Municipal de Saúde para pagamento de gastos com publicidade - Foto: Maia Rubim/Sul21

Por 31 votos a favor e quatro contra, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre abriu no final da tarde de hoje (5) processo de impeachment contra o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB). A acusação é de uso indevido de verbas do Fundo Municipal de Saúde para pagamento de gastos com publicidade.

Além dos votos da oposição de esquerda (PT e PSol), o pedido de impedimento recebeu adesões de partidos de centro, como MDB, PTB e PDT e de direita, entre os quais DEM, PSD, Republicanos, PP e Novo, o que evidencia a degradação de sua base parlamentar. Os quatro votos favoráveis a Marchezan Jr. foram de vereadores do PL, PSB, PSL e PSDB. 

O pedido de instauração do processo foi encaminhado ao Legislativo por quatro pessoas - Nair Berenice da Silva, Andrea Glashester Pires Weber, Carlos Frederico Brandt e Fernanda da Cunha Barth. Nele citam dados constantes do Portal de Transparência da Administração municipal, segundo os quais Marchezan autorizou a aplicação de R$ 2,4 milhões do fundo em gastos publicitários. Além desse valor, os signatários do pedido afirmam ainda que Marchezan teria aprovado a retirada de um total de R$ 3.122.799,40 do mesmo fundo, visando a remuneração de divulgação em veículos de imprensa além dos limites de Porto Alegre.

Comissão de três vereadores

Após a notificação, Marchezan Jr. apresentará sua defesa quando a comissão processante decidirá pela continuidade ou arquivamento do processo. Agora, a Câmara escolherá a comissão de três vereadores, selecionada por sorteio, que se manifestará sobre o processo e submeterá sua posição ao plenário. A discussão poderá durar 60 dias com prorrogação possível por mais 30.  

O prefeito já foi alvo de seis pedidos de afastamento, todos arquivados. A diferença, agora, é que o procedimento foi acatado por ampla maioria. Pra que ele seja removido do cargo são necessários dois terços dos votos, o que representa a adesão de 24 vereadores, sete a menos do total registrado na votação do pedido.

Edição: Katia Marko