Rio Grande do Sul

Educação

Retorno das aulas presenciais é adiado pelo governo do RS

Retomada do Ensino Infantil estava prevista para dia 31; governo sinaliza retorno na segunda quinzena de setembro

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Após resistência de diversos segmentos, governo do RS desiste da proposta de retorno presencial, marcado para o final de agosto - Reprodução Brasil de Fato

O governo de Eduardo Leite (PSDB) desistiu da proposta de retorno presencial das aulas no dia 31 de agosto, após enfrentar a resistência de diversos setores, como educadores, pais e prefeitos gaúchos. A decisão foi anunciada na terça-feira (25), após a reunião entre o governo e a Federação das Associações dos Municípios (Famurs). Uma nova proposta de calendário com retorno para a segunda quinzena de setembro será apresentada na próxima reunião, marcada para a próxima terça-feira (1º).

O secretário de Articulação e Apoio aos Municípios, Agostinho Meirelles, disse no encontro que o calendário do retorno das aulas presenciais é facultativo e a decisão final cabe, pela ordem, aos municípios e aos pais responsáveis pelas crianças. "O calendário também é flexível e somente poderá haver a retomada das aulas presenciais em regiões com as bandeiras laranja e amarela", destacou.

O presidente da Famurs, Maneco Hassen, reforçou a posição das prefeituras, que são contrárias ao retorno no atual momento da pandemia. Em vídeo postado nas redes sociais, ele afirma que a Famurs defende que “o retorno só se desse quando tivermos uma curva descendente de casos para ter segurança de volta as aulas".    

Em manifestação nas redes, o CPERS Sindicato afirma que o governador “cedeu à pressão, mas não à sensatez”. O sindicato destaca que o adiamento se deve “à intensa mobilização dos educadores(as), mães e pais, às duras críticas de especialistas e à contrariedade de mais de 90% dos prefeitos”, criticando o anúncio de que a retomada será em setembro.

“Eduardo Leite sequer foi capaz de fornecer EPIs adequados para as escolas estaduais que operam em regime de plantão para entregar atividades e realizar tarefas administrativas. Contrariando as principais recomendações internacionais, o estado continua sem testes em massa, sem rastreamento de contatos e sem o isolamento adequado”, afirma o CPERS. “Não seremos cúmplices da tentativa de normalizar a morte, a necropolítica que une Bolsonaro, Eduardo Leite e todos que celebram o capital acima da vida.”

Edição: Marcelo Ferreira