O pedido para incluir soluções para os problemas das populações em situação de vulnerabilidade das periferias de Porto Alegre nos programas de candidatos à Prefeitura da Capital, foi tema de um encontro de religiosos e religiosas com a pré-candidata Manuela D’Ávila (PCdoB) e seu vice Miguel Rossetto. O encontro ocorreu na Casa das Irmãs Aparecidas, na Lomba do Pinheiro, nesta terça-feira (22).
Na conversa, padres, freis e religiosas trataram de problemas como a falta d’água nas periferias, questões de moradia e aumento da pobreza e fome. Sobre a Lomba do Pinheiro, em específico, alertaram para a existência de somente uma escola de ensino médio para o bairro, que hoje abriga cerca de 100 mil habitantes. Outra constatação é o aumento de famílias imigrantes vindas do Haiti. Há dois anos eram 10 famílias no bairro, hoje são 73.
“É importante ouvir os religiosos e religiosas porque são pessoas inseridas nas comunidades mais vulneráveis da cidade. São homens e mulheres com grande experiência que atendem crianças, pessoas com deficiência, mulheres e profissionais da saúde. Este encontro também serve para reafirmar o compromisso de fazer uma campanha sem violência política, em que a religião não seja usada e transformada em instrumento de ódio e de mentiras”, resumiu Manuela.
Embora não tenha sido uma celebração, como acontece na Igreja, a conversa foi marcada por um ritual religioso com recepção, cantos e leitura de trechos bíblicos. Organizador do encontro, o deputado estadual Edegar Pretto (PT) diz que neste momento de crise política e de retrocessos, é importante o diálogo para repensar a situação dos municípios, com pessoas comprometidas com políticas sociais, em especial para os mais pobres.
“Os pré-candidatos tiveram a oportunidade de ouvir os religiosos e religiosas, homens e mulheres que dedicam sua vida para cuidar dos mais pobres. Foi uma reunião importante, com olhar para os que precisam ter vez e ter voz”, ressaltou Pretto.
Os religiosos também solicitaram que os programas de governo incluam as propostas do Papa Francisco chamadas de ‘Economia de Francisco’. Trata-se de um movimento da Igreja para repensar a economia global, com envolvimento de jovens economistas, empresários, militantes, políticos e movimentos comprometidos com mudanças sociais nos municípios. Neste pacto, com visão para os mais pobres e periferias, entram ações para uma economia mais sustentável, com geração de emprego, renda e educação.
Este primeiro encontro de Manuela D'Ávila e Miguel Rossetto foi com integrantes da Igreja Católica. Edegar Pretto adianta que em breve será realizado um encontro inter-religioso para ampliar o debate sobre a importância da liberdade religiosa, direitos humanos e a tolerância.
Edição: Katia Marko