Rio Grande do Sul

EDUCAÇÃO NA PANDEMIA

Educadores de Porto Alegre iniciam estado de greve contra volta das aulas presenciais

Prefeitura anunciou retomada pela alimentação da educação infantil nesta segunda, com aulas retornando na próxima semana

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Em defesa da vida, sindicato critica retorno sem condições sanitárias - Reprodução

Trabalhadores e trabalhadoras da educação de Porto Alegre estão estado de greve na rede de ensino municipal. A decisão, aprovada em assembleia geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) na sexta-feira (25), foi uma resposta ao calendário de retorno às atividades presenciais apresentado pelo prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB).

A prefeitura de Porto Alegre iniciou o retorno das atividades presenciais nas redes municipais pública e privada de ensino de forma escalonada já nesta segunda-feira (28) com alimentação escolar, atividades de apoio e adaptação da educação infantil. As aulas das escolas de Educação Infantil, do 3º ano do ensino médio, educação profissional e Educação de Jovens e Adultos (EJA) retornariam na semana seguinte, com início em 5 de outubro, segundo o plano.

Em nota, o Simpa destaca que, “em defesa da vida, em primeiro lugar, sindicato e educadores pretendem denunciar à população o risco que toda a comunidade escolar corre com o retorno às aulas em plena pandemia e sem condições sanitárias seguras”. Além disso, falta um protocolo claro que estabeleça quais medidas sanitárias devem ser tomadas a fim de garantir a segurança de estudantes e professores. Conforme o sindicato, será solicitado ao Ministério Público testagem em massa para covid-19 a todos alunos e trabalhadores das escolas.

Ao Brasil de Fato RS, a diretora-geral da Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa), Maria José da Silva, afirmou que a greve sanitária leva em conta que a cidade não apresenta índices seguros de contaminação e óbitos por covid-19.

“Não é um debate corporativo, estamos tratando de saúde pública. Não existe testagem de fato, estamos dialogando com pessoas que trabalham na pesquisa, os protocolos precisam iniciar pela testagem. Temos provocado o diálogo e conversado com a população, fizemos várias sondagens nas comunidades e a população não está preparada e não quer enviar seus filhos para a escola", explicou.

De acordo com o Simpa, a assembleia geral que determinou o estado de greve contou com a presença de 752 participantes durante a transmissão via plataforma online. Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira (30).

Edição: Marcelo Ferreira