Paraná

Pandemia

Na semana da eleição, contaminações crescem em Curitiba e no Paraná

De acordo com indicadores da Prefeitura, capital deveria estar na bandeira laranja

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O mês de outubro e o começo de novembro mostraram que Curitiba entrou em uma segunda onda de contaminação sem sequer ter saído da primeira - José Fernando Ogura/AEN

O alerta é vermelho para as campanhas de vereadores e prefeitos na semana decisiva rumo ao voto no dia 15 de novembro. Mas a bandeira para a Covid-19 é amarela, em Curitiba, e a sensação é de sinal verde para aglomerações no comércio, nas ruas e até com retorno de aulas presenciais em escolas particulares. As contaminações crescem neste momento, enquanto as autoridades fazem vista grossa.

No Instagram da Prefeitura de Curitiba, o aumento de contaminações é evidente. Nos dias 5, 6 e 7 de novembro, foram confirmados 407, 436 e 473 contaminações, mais 27 mortes. No entanto, a bandeira adotada pela Secretaria Municipal de Saúde é a amarela. Cor que contraria os próprios protocolos adotados pelo atual prefeito Rafael Greca (DEM), candidato à reeleição. O painel Covid-19 de Curitiba mostra, por exemplo, que em 3 de novembro a taxa de ocupação dos eleitos estava em 85%. É o índice mais alto em 15 dias.


Leitos ocupados estão acima do 70%, segundo a Prefeitura de Curitiba / Reprodução

E mesmo considerando apenas a média  móvel, o mês de outubro e o começo de novembro mostraram que Curitiba entrou em uma segunda onda de contaminação sem sequer ter saído da primeira. Os números da taxa de contaminação são semelhantes a junho e julho, quando a cidade estava na bandeira laranja.


Média móvel e casos aumentam em novembro / Reprodução

Aliás, é para isso que aponta o protocolo ignorado pela Gestão Municipal. De acordo com os indicadores da 19a semana, abrangendo o período entre 24 a 30 de outubro, quando os casos giravam em torno das 300 contaminações, a pontuação é de 1,84. Portanto, dentro da bandeira laranja e muito próximo da bandeira vermelha. Dos 9 critérios, nada menos do que cinco são laranja, um vermelho e apenas um amarelo abaixo de 1 ponto.

Casos crescem no Paraná 

Os números no estado acompanham os resultados da capital. A média móvel “em queda” nas duas últimas semanas de outubro, voltou a subir rapidamente em novembro, ultrapassando a média de mil contaminados. Desconsiderando a média móvel, o estado ultrapassou os mais de 1,5 mil contaminados no final da última semana. Na região oeste, por exemplo, 100% dos leitos de UTI e Enfermaria exclusivos para a Covid-19 estão ocupados.


Números no estado acompanham os resultados da capital / Reprodução

Os dados do Governo do Estado ainda mostram situação alarmante em Foz do Iguaçu, com 3595 casos contaminados para casa 100 mil habitantes, e de atenção para Paranaguá, Telêmaco Borba, Londrina, Região Metropolitana de Curitiba, Cascavel, Toledo, Maringá e Francisco Beltrão. As mortes em faixa preocupantes ficam para a Região Metropolitana de Curitiba, Paranaguá, Cornélio Procópio, Telêmaco Borba, Apucarana, Londrina e Foz do Iguaçu.

Muito desse aumento foi provocado pelo próprio governo, segundo a oposição, que liberou a retomada de escolas particulares, obrigou pais a irem a escolas para votar sobre a militarização e lançou edital de contratação para professores, com provas presenciais. “Desde 2005, estes contratos são feitos de modo simplificado, e justamente neste momento, que estamos vivendo uma guerra biológica, enfrentando a pandemia do coronavírus, o governo convoca para fazer provas presenciais. É inoportuno. Este edital traz muitos prejuízos e põe em risco a vida dos professores, que terão que comparecer de modo aglomerado para fazer estas provas presenciais”, alertou o deputado professor Lemos.

Já o deputado estadual Tadeu Veneri entrou com uma ação pedindo a responsabilização administrativamente e penalmente do governador Ratinho Junior (PSD) e do secretário de educação, Renato Feder, “em caso de infecção pela Covid-19 da comunidade escolar, em especial os funcionários públicos que são obrigados a realizar a consulta pública de forma presencial”.

Edição: Lia Bianchini