Caso João Alberto

Fiscal do Carrefour é presa por "participação decisiva" na morte de João Alberto 

Comunicado da prisão temporária de Adriana Alves foi feita na tarde desta terça-feira (24), pela Polícia Civil

Brasil de Fato | Porto Alegre |

Ouça o áudio:

Adriana que aparece filmando o espancamento de João Alberto, foi presa nesta terça-feira - Reprodução

A fiscal do Carrefour, Adriana Alves Dutra, foi presa temporariamente, nesta terça-feira (24) pelo envolvimento na morte de João Alberto Silveira Freitas, espancado na última quinta-feira (19) nas dependências do estabelecimento no bairro Passa D’Areia, em Porto Alegre.

Em coletiva realizada no final da tarde de ontem a Polícia Civil apontou que a funcionária teve participação decisiva na ação. A prisão é temporária, com validade de 30 dias. Ela é a terceira pessoa presa por envolvimento no crime. Os seguranças Magno Braz Borges, 30 anos, e Giovane Gaspar da Silva, 24 anos, que é PM temporário, foram presos ainda na quinta-feira. 

De blusa branca, calça preta, Adriana, agente de fiscalização do supermercado aparece nos vídeos com um celular na mão enquanto João Alberto era espancado. Ela chegou a ameaçar pessoas que filmavam a violência.

“Não faz isso que vou te queimar na loja.” Para a Polícia Civil, a fiscal teve papel decisivo nas ações que culminaram na morte de João Alberto.

“Nós entendemos, neste momento da investigação, que esta mulher tem uma participação decisiva nas agressões sofridas por João Alberto, uma vez que se identificou posteriormente que ela teria um poder de comando sobre os dois seguranças que, de fato, agrediram João Alberto e provocaram a sua morte", afirmou a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Departamento de Homicídio em coletiva de imprensa nesta terça-feira (24).   .


Para Polícia Civil a funcionário teve atuação decisiva no caso de João Alberto / Divulgação/Polícia Civil

Segundo a polícia, Adriana poderia ter ordenado que os seguranças interrompessem o espancamento. "Por ter uma posição determinante, a lei contempla como coautora desse homicídio a pessoa que teria o poder de fazer cessar essas agressões e não o fez. Em razão disso, foi solicitada a prisão temporária desta pessoa”, comunicou a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Departamento de Homicídios. 

A acusada se apresentou nesta tarde no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, com duas advogadas

A delegada responsável pelo caso, Roberta Bertoldo, disse que a Polícia está apurando as condutas ativas e omissivas de todos os envolvidos nas agressões e das pessoas que aparecem nos vídeos do espancamento que circularam pelas redes sociais.

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“Nós verificamos no primeiro momento que duas pessoas estavam diretamente ligadas ao resultado e, portanto, foram de imediato autuadas por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, asfixia a recurso que impossibilitou a defesa da vítima", explicou Bertoldo.

Ela aponta que os vídeos reproduzidos pelos meios de comunicação levantaram o questionamento sobre o papel de Adriana no assassinato de João Alberto.

"Todas as pessoas que assistiam às matérias [do caso] indagavam repetidamente sobre a participação de uma outra mulher que assistia a toda aquela ação sem intervir e, mais, afastando e ameaçando pessoas que estavam no entorno e também queria impedir a filmagem daquela ação”, apontou.

 Adriana foi presa em Alvorada, cidade onde reside.
 

*Com informações do Sul 21

 


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Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Leandro Melito e Katia Marko