Rio Grande do Sul

PANDEMIA AGRAVA

Pela primeira vez, RS tem regiões em bandeira preta no mapa preliminar

Estado se aproxima dos 370 mil infectados pelo coronavírus e passa de 7,5 mil óbitos desde o início da pandemia

Brasil de Fato | Porto Alegre |
RS tem duas regiões em bandeira preta, 18 em bandeira vermelha e apenas uma em laranja - Divulgação SES SEPLAG

Divulgada no final da tarde desta sexta-feira (11), o mapa preliminar da 32ª rodada do Distanciamento Controlado traz pela primeira vez regiões com risco epidemiológico altíssimo no estado, desde que o modelo foi implementado, em maio. A constante redução de leitos de UTI livres e o aumento de casos de contágio e de internação por coronavírus fizeram com que as regiões de Bagé e de Pelotas fossem classificadas na bandeira preta. A indicação é a restrição máxima prevista pelo modelo e significa que tanto a capacidade hospitalar como o contágio por coronavírus alcançaram níveis críticos na região.

O governo do estado ressalta que o momento é de extremo alerta: “O Rio Grande do Sul observou aumento em quase todos os indicadores monitorados pela equipe do Distanciamento Controlado. Houve elevação, nos últimos sete dias, de 14% nas hospitalizações por covid-19 (de 1.174 para 1.338 casos), que alcançou o maior número desde o início do monitoramento”.

7.513 vidas perdidas

Foram registrados 61 óbitos no Rio Grande do Sul, nas últimas 24 horas, conforme boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgado nesta sexta-feira. Com isso, já são 7.513 vidas perdidas por conta da covid-19 no território gaúcho. O estado também já registra 369.142 infectados pela doença, com a confirmação de 5.308 novos casos pela SES. Dos confirmados, 341.444 (92%)são considerados recuperados. 

As vítimas fatais registradas hoje foram nas cidades de Gravataí (6), Porto Alegre (5), Canoas (4), Caxias do Sul (3), Novo Hamburgo (3), Pelotas (3) Passo Fundo (2), Alvorada (2), Erechim (2), Sapucaia do Sul (2), Uruguaiana (2), Santo Ângelo (2), Rosário do Sul (2), São Leopoldo, Santa Maria, Cachoeirinha, Esteio, Sapiranga, Osório, Viamão, Santa Rosa, Gramado, Vacaria, Garibaldi, Capão da Canoa, Alegrete, Tapejara, Santana do Livramento, Lagoa Vermelha, Panambi, Nova Santa Rita, Ivoti, Cidreira, Barão de Cotegipe, Caraá e Capivari do Sul. 

Ocupações de UTI seguem em alta

A taxa de ocupação de leitos de UTI em todo o estado segue alta, mantendo-se nos últimos dias acima de 80%. Às 18h de hoje, estava em 82,6%, sendo 2.107 pacientes em 2.552 leitos de UTI. Entre os internados, 894 (42,5%) têm covid-19 confirmada e 167 têm suspeita da doença. Os leitos privados no estado apresentam 97,8% de ocupação. Já o SUS está com uma ocupação de 76,8%. 

Em Porto Alegre, a taxa de ocupação das UTIs fechou a quarta-feira em 90,4%. Dois hospitais estão com lotação máxima: Hospital Moinhos de Vento e Hospital Independência. Entre os 703 pacientes internados, 294 têm covid-19 confirmada, 17 têm suspeita da doença e 19 estão na emergência aguardando UTI.

De acordo com o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), o RS é o sexto estado em número de pessoas já infectadas pelo novo coronavírus e o sétimo em vítimas fatais. 

Detalhamento do mapa preliminar

Segundo o Executivo estadual, as regiões de Bagé e Pelotas (Macrorregião Sul), que compreendem 28 municípios com 9,3% da população gaúcha, foram classificadas com bandeira preta devido ao agravamento de importantes indicadores do Distanciamento Controlado. Em relação ao número de óbitos, Pelotas é a mais expressiva, registrando 41 mortes confirmadas por covid-19 nesta semana, quase o dobro se comparado com a semana passada (23 óbitos). Bagé registrou mais 10 mortes nesta semana, o mesmo indicador da rodada anterior, contudo, quintuplicou os registros na comparação com a semana retrasada, quando houve duas mortes.

Desde a 26ª semana do Distanciamento Controlado, a região de Pelotas apresenta aumento nas hospitalizações de confirmados da doença. Enquanto na 26ª rodada foram 22 registros, na atual, a 32ª, são 87. De forma similar, Bagé apresenta aumento desde a 28ª semana, quando houve cinco hospitalizações – nesta, foram 23.

A Macrorregião Sul registrou também aumento em termos de ocupação de leitos de UTI, tanto para casos de covid-19 (de 38 para 50) como por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), de 54 para 74.

Das outras 19 regiões, apenas Cruz Alta recebeu classificação final de bandeira laranja (risco epidemiológico médio). As outras 18 estão na bandeira vermelha (risco epidemiológico alto).

Veja a classificação prévia da 32ª rodada em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br

País tem mais de 180 mil vítimas fatais

Conforme o Conass, foram registrados, nesta quinta-feira, 672 óbitos e 54.428 infectados em todo o país. Com isso, o Brasil já soma 180.437 mortes e 6.836.227 contaminados pelo novo coronavírus. 

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a  OMS, em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.  

Como ajudar a quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.  

Como tirar dúvidas?

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].


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Edição: Marcelo Ferreira