Porto Alegre terá a Câmara de Vereadores com o maior número de mulheres do país, somando 11 nomes, destes quatro mulheres negras. Pela primeira vez na sua história, terá uma bancada negra. Apesar disso, ainda será composta por uma maioria de partidos de centro e de direita. Excluídos das conversas para a divisão dos cargos na mesa da Câmara, os partidos de esquerda escolheram Pedro Ruas (PSOL) para atuar como líder do Bloco de Oposição (PSOL, PT e PCdoB) no legislativo municipal.
Aos 64 anos, iniciando o sétimo mandato (contando um de deputado estadual), Ruas foi o segundo vereador mais votado para a Câmara na eleição de 2020, com 14.478 votos. Ele pretende fazer uma oposição dura ao que chama de "neoliberalismo direitoso e radical" do futuro governo municipal. Junto a ele nessa frente de oposição estão Karen Santos (PSOL), que foi vereadora mais votada em Porto Alegre, Matheus Gomes (PSOL), Roberto Robaina (PSOL), Leonel Radde (PT), Laura Sito (PT), Aldacir Oliboni (PT), Jonas Reis (PT), Bruna Rodrigues (PCdoB) e Daiana Santos (PCdoB).
Conforme analisa Ruas, "as forças que elegeram Melo são ultraconservadoras e resolveram isolar os partidos de esquerda das funções de gestão no Legislativo, o que é um desrespeito com a população". O líder da Oposição lembra que seu partido, o PSOL, foi o mais votado para a Câmara e não poderá presidir nem um ano a Casa do Povo, além do fato de que o "acordão da direita" desconsidera a grande novidade da eleição 2020, que é a bancada dos jovens negros que, por integrarem partidos de esquerda, ficarão num isolamento absurdo. O parlamentar admite recorrer ao Judiciário para fazer valer a proporcionalidade na Câmara e alerta que "com essa manobra, o governo Melo já começa muito mal seu mandato¨.
Pedro Ruas já exerceu cinco mandatos como vereador em Porto Alegre, além de ter sido deputado estadual e secretário de Obras e Saneamento do Estado (1999/2000). Graduado em Direito pela PUC-RS, advoga há 40 anos, especializado na área trabalhista para a defesa dos trabalhadores. Também presidiu a Comissão de Direitos Humanos da OAB/RS. Segundo ele, em toda sua vida pública, nunca passou por uma manobra tão articulada como a que se montou contra a esquerda na Câmara de Porto Alegre.
*Com informações da Assessoria de Pedro Ruas
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Edição: Marcelo Ferreira