Rio Grande do Sul

Educação na pandemia

CPERS reivindica calendário de vacinação e exige o pagamento de descontos ilegais

Professores estiveram em frente ao Piratini para protestar contra descontos indevidos e exigir plano de vacinação

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Educadores estiveram em frente ao Piratini para cobrar vacinação, protestar contra descontos indevidos e defasagem no salário - Reprodução: CPERS

Na manhã desta terça-feira (12), o Centro dos Professores do Estado do RS (CPERS - Sindicato) realizou ato em frente ao Palácio Piratini, contra os descontos ilegais das direções de 40 escolas da 1ª CRE, pelo pagamento dos dias de greve e o confisco dos aposentados (as). Além disso, exigiram do governo um calendário de vacinação.

O "Dia de Luta", como foi convocado pelo sindicato, contou com a participação de representantes dos 42 núcleos do Sindicato, marca o início de um ano que está sendo considerado desafiador para a categoria, pois começa sobre seis anos acumulados de reajuste zero e salários corroídos pela inflação.

Ano passado, os mais de 27 mil educadores (as) grevistas foram penalizados pelo governo, que não pagou os trabalhadores (as), mesmo com as aulas tendo sido recuperadas, sem prejuízo aos estudantes. Além disso, 2020 terminou com uma surpresa desagradável para diversas direções de escolas da região Metropolitana de Porto Alegre, que tiveram seus contracheques descontados indevidamente, provavelmente como parte de uma intimidação realizada pelo governo, conforme noticiou o Brasil de Fato RS.

É nesse sentido que ocorreram as manifestações do ato:

“Os diretores tiveram à frente dessa pandemia, mantendo as escolas abertas em plantões. Muitas escolas foram prejudicadas, nós estivemos visitando em outubro e os diretores estavam lá. Esses descontos foram feitos de forma atrapalhada, sem ter as informações corretas sobre quem estava ou não na instituição”, afirmou a presidenta do CPERS, professora Helenir Schürer.

A defasagem dos salários dos educadores, que há 6 anos estão sem reajuste, também foi contestada pela presidenta do CPERS, afirmando que o sindicato acompanha a situação da arrecadação do estado e que observaram um crescimento, apesar do mesmo não acontecer com o salário dos professores.

Além dessas cobranças exigiram um calendário concreto de vacinação do povo gaúcho, já que o governo estadual pretende retomar aulas presenciais. Para isto, os professores querem ser vacinados:

"O futuro do estado depende da educação, da saúde. Agora precisamos de vacinas. Exigimos que o ano letivo comece com vacina para os professores e funcionários de escola”, ressaltou Jucemar Gonçalves da Costa, diretor do 4º núcleo (Cachoeira do Sul). A presidenta Helenir também comentou a exigência de que o Sindicato quer um calendário de vacinação para todos, para que se possa iniciar o ano letivo.


Selene Michielin, secretária de Aposentados e Assuntos Previdenciários da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) / Reprodução

“O que estamos vendo aqui no Rio Grande do Sul é a continuidade do governo Sartori, o roubo dos salários dos educadores, além de nenhuma reposição salarial. Um governo que retira os direitos dos seus educadores não pode ser chamado de um governo preocupado com a educação”, afirmou a secretária de Aposentados e Assuntos Previdenciários da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Selene Michielin. Ela afirmou ainda que, para a CNTE, o que está acontecendo no RS não é novidade, porque o Brasil inteiro assiste a política de desmonte da educação, afirmando que em todos os governos onde a educação é mercadoria isso se repete.

O CPERS informou que ao fim da mobilização, a direção central entregou dois ofícios no Palácio do Piratini, cobrando a vacinação de todos os educadores antes do retorno das aulas, no dia 8 de março.


Direção central do CPERS entregando ofícios requisitando a vacinação dos profissionais da educação do estado / Reprodução

 


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Edição: Katia Marko