Na véspera de completar um ano de pandemia, o Rio Grande do Sul registrou, neste terça-feira (9), 275 óbitos em um único dia por covid-19, o maior índice informado pelo boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Com isso, já são 13.837 vidas perdidas no território gaúcho em função da doença. A taxa de mortalidade está em 121,6 a cada 100 mil habitantes. Segundo a SES, os óbitos registrados hoje ocorreram entre 8 de fevereiro e 9 de março.
O estado também registra 703.211 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com a confirmação de 12.200 novos casos pela SES. Dos infectados até o momento, 650.435 (92%) são considerados recuperados e 38.877 (6%) estão em acompanhamento.
De acordo com a SES, Porto Alegre foi a cidade com o maior número de vítimas fatais, sendo 39 óbitos, seguida de Caxias do Sul (21); Sapucaia do Sul (10); Novo Hamburgo (9); Gravataí (8); Santa Maria, Pelotas e Esteio (7); Alvorada (6); Lajeado, Cachoeirinha, São Borja e Guaíba (5); Bento Gonçalves, Campo Bom, Gramado e Alegrete (4); Santa Cruz do Sul, Parobé, Cachoeira do Sul, Estância Velha, Taquara, Flores da Cunha e Portão (3). Outras diversas cidades registraram, hoje, pelo menos um ou dois óbitos. Dos 497 municípios gaúchos, somente 44 não têm registro de vítimas fatais.
O Rio Grande do Sul segue nesta semana sob bandeira preta no modelo de Distanciamento Controlado, devido à disparada de internações hospitalares. O Executivo estadual divulgou, nesta terça, em parceria com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), uma Nota Técnica orientando as vigilâncias em saúde dos municípios na fiscalização de infrações durante a vigência da bandeira preta no Rio Grande do Sul.
UTIs seguem superlotadas
Às 18h desta terça-feira, a ocupação das UTIs em todo estado estava em 103,9%, sendo 3.193 pacientes em 3.072 leitos de UTI. Dos internados, 2.255 (70,6%) têm diagnóstico positivo para a doença e mais 164 (5.1%) estão sob suspeita.
Enquanto na rede privada se mantém a superlotação, com 124% de ocupação, os leitos do Sistema Único de Saúde seguem perto do limite de vagas. Hoje o índice alcançou a marca de 96,1% em todo o estado. Dos 2.211 leitos em operação, 2.125 estão ocupados .
Porto Alegre segue com superlotação das UTIs, , registrando ocupação de 109,56%, superando a marca do dia anterior. Ao menos sete hospitais estão atendendo além da sua capacidade. Dos 1.066 pacientes em cuidados intensivos na Capital, 727 têm covid-19 confirmada, novo recorde de internados desde o início da pandemia. Além disso, 43 tem suspeita da doença e 182 positivados aguardam na emergência por leitos.
A situação drástica do estado fez com que o governo do estado, por meio de ofício, pedisse ajuda de hospitais militares de Porto Alegre.
Além do colapso dos leitos, o estado também enfrenta dificuldades com a falta de respiradores.
País registra quase 2 mil vítimas fatais
O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) registrou, em boletim publicado hoje (9), 1.972 óbitos e 70.764 infectados em todo o país. Com isso, o Brasil já soma 268.370 mortes e 11.122.429 contaminados pelo novo coronavírus.
O que é coronavírus?
É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a OMS, em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar a quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Como tirar dúvidas?
A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].
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Edição: Marcelo Ferreira