Pernambuco

COLAPSO

Comerciantes protestam e fazem boicote no primeiro dia de lockdown em Petrolina

Cidade já chegou a 100% de ocupação de leitos duas vezes apenas em março; CDL nega apoio ao ato

Brasil de Fato | Petrolina (PE) |
Nas redes sociais, circulam vídeos de lojas com portas abertas e funcionários segurando faixas e cartazes - Wanderley Alves

Nesta quinta (18), começa o período de quarentena rígida em todo o estado de Pernambuco. Desde a última segunda (15), quando o anúncio do fechamento foi feito pelo governador Paulo Câmara (PSB), setores do comércio da cidade de Petrolina, no sertão pernambucano, repudiam a medida. A decisão de fechamento de serviços não essenciais está em vigor até o dia 28 de março, ancorada na alta de casos e mortes por covid-19 em todo o estado.

Em Petrolina, só no mês de março, a taxa de ocupação dos leitos de UTI chegou a 100% duas vezes. Agora, a prefeitura e Governo do Estado estão na corrida para a reabertura de leitos, mas há a preocupação em torno da possível falta de insumos, alertada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no último dia 08. 

:: Receba notícias de Pernambuco no seu Whatsapp. Clique aqui :: 

Na quarta-feira (17), último dia de funcionamento do comércio, empresários fizeram uma carreata pela cidade. Vestindo verde e amarelo, os empresários se concentraram no estacionamento da loja Havan com o mote “Lockdown não. Pelo comércio de Petrolina todo serviço é essencial”, e depois cruzaram o centro da cidade em carros. No mesmo dia, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) emitiram uma nota afirmando que respeitam a manifestação, mas que “entendem e apoiam todas as medidas que sejam cabíveis e urgentes no enfrentamento à pandemia, ao tempo em que repudiam as consequências e as medidas restritivas decorrente de aglomerações irresponsáveis”.

Na manhã desta quinta (18), o comércio deveria estar fechado, mas não é isso que mostram as imagens que circulam nas redes sociais. Muitas lojas estão de portas abertas e com os funcionários segurando faixas e cartazes com frases como “Queremos Trabalhar”, enquanto cantam o hino nacional. A fiscalização de cumprimento das medidas restritivas é responsabilidade da Guarda Municipal.

Enquanto isso, a cidade registrou na quarta (17) quatro mortes causadas pela covid-19, têm 1850 casos ativos da doença e a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 91,5%, com 65 dos 72 leitos ocupados, de acordo com dados veiculados pela Secretaria Municipal de Saúde do Município.

Edição: Francisco Barbosa