Rio Grande do Sul

Celas Lotadas

No pior momento da pandemia, RS tem 81 presos lotando celas das delegacias

Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul alerta que situação traz risco aos policiais e à sociedade

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Carceragem da DPPA de Canoas no início de 2020 - Ugeirm Sindicato

“Manter essa quantidade de presos nas delegacias é potencializar uma catástrofe que já está acontecendo no nosso estado”, afirma o Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Ugerim). Nesta quarta-feira (17), a instituição denunciou que as delegacias continuam lotadas com presos, no momento mais grave da pandemia.

O sindicato destaca que, somente na semana passada, seis policiais civis morreram em decorrência da covid-19. Ainda segundo a Ugerim, com a nova variante do novo coronavírus, a P1, a realidade se tornou ainda mais alarmante. 

De acordo com o levantamento feito pelo sindicato, 81 presos se encontram em delegacias no estado. Para a entidade, as restrições anunciadas pelo governo estadual para tentar controlar a pandemia parecem não valer para os e as policiais civis. “Esses profissionais continuam convivendo com delegacias sem restrição de acesso, com celas lotadas de presos e sem vacinação a vista”, afirma o sindicato.

A mais lotada é a Delegacia Policial de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas, na Região Metropolitana, que na manhã desta quarta-feira (17) registrava 22 presos na carceragem. “Uma situação absurda, considerando o atual estágio da pandemia no estado, particularmente na Região Metropolitana. Com a nova variante do coronavírus, que tem um poder de contágio mais de duas vezes maior, isso é flertar com a possibilidade de uma explosão de casos na cidade”, destaca a Ugerim.

O sindicato pontua que concentrar presos, que normalmente não usam máscaras, em um local fechado, sem nenhuma ventilação, com espaço reduzido, é convidar que o vírus se propague de uma forma absurda. “Essa propagação pode se espalhar pela cidade, afinal, os policiais voltam para suas casas ao final do seu plantão", complementa.

Na denúncia, o sindicato aponta que a Justiça já determinou o esvaziamento de todas as carceragens das delegacias do estado, o que ainda não aconteceu. 

“Parece que as decisões judiciais, assim como a bandeira preta, não valem para os policiais civis. A situação atual é uma prova disso. A sociedade, o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público precisam tomar uma atitude urgente. Se a vida dos (as) policiais civis não consegue sensibilizar as pessoas, talvez a possibilidade de um agravamento ainda maior da pandemia seja capaz de fazer alguém tomar alguma providência imediata”, conclui. 

*Com informações do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do RS (Ugeirm)


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Edição: Marcelo Ferreira