Rio Grande do Sul

LUTA POR DIREITOS

TRT-4 chama mediação entre trabalhadores de transporte por aplicativo e empresas

Pressionada pelo aumento dos combustíveis e pela falta de reajuste, categoria luta por melhores condições de trabalho

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Manifestação nacional no 17 de março, em Porto Alegre, chamou a atenção para as difíceis condições da categoria - Carol Teixeira

A fim de discutir as condições de trabalho dos motoristas de aplicativo, representantes dos trabalhadores e das empresas que atuam no setor em Porto Alegre foram chamados para uma reunião de mediação, nesta terça-feira (23), às 19h30. Marcada pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), Francisco Rossal de Araújo, a reunião foi solicitada pelo Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos do Estado do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS).

Na quarta-feira (17) ocorreu a segunda paralisação nacional dos motoristas de aplicativos, com adesão de vários estados. Houve carreatas e manifestações em vários pontos de Porto Alegre, bem como em Caxias do Sul e Santa Maria, chamando a atenção das empresas e da sociedade. A categoria reivindica reajuste no valor do quilômetro rodado e o fim das promoções, em que o desconto recai sobre os trabalhadores, destacando as dificuldades impostas pela pandemia e os constantes aumentos no valor da gasolina.

“Queremos o reajuste do valor do quilômetro rodado, que já estava defasado e ficou ainda menor diante dos sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis, e o fim das promoções (99 Poupa e Uber Promo) que reduzem os ganhos dos trabalhadores”, afirma a secretária-geral do Simtrapli-RS, Carina Trindade. “Tem colegas que acabam trabalhando 12, 14 e até 16 horas por dia para pagarem as suas contas, o que é desumano”, destaca.

O valor do quilômetro rodado aos motoristas era de R$ 1,25 em 2015. Seis anos depois, os aplicativos pagam somente R$ 0,95 na Capital e R$ 0,90 na Região Metropolitana. No início havia um desconto de 25% nas corridas. Agora esse percentual varia entre 25% e 40%. Os custos aumentaram, mas a remuneração dos trabalhadores diminuiu.

Em 23 de fevereiro, os motoristas de aplicativos já tinham feito uma mobilização em defesa dessa pauta de reivindicações, que resultou na realização de uma audiência, no último dia 9, na Comissão de Segurança Urbana, Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, da Câmara Municipal de Porto Alegre, por requerimento do vereador Matheus Gomes (PSOL).

Para Carina, o espaço na Câmara foi importante para discutir as demandas dos motoristas de aplicativos. Além de representantes dos trabalhadores, essa reunião contou com a participação da vice-presidência do TRT-4. As empresas, no entanto, não compareceram.

“A mediação no TRT-4 representa a abertura de um canal de diálogo, onde esperamos alcançar melhorias para o trabalho da categoria e conquistar direitos básicos para valorizar os motoristas de aplicativos”, projeta Carina.

O Sindicato convidará representantes dos vários segmentos da categoria para acompanhar a reunião no TRT-4 com os gestores das empresas, que ainda não confirmaram participação. “Temos que nos unir e fortalecer a nossa organização para abrir negociações com as empresas e obter conquistas para a categoria", conclui a secretária-geral do Simtrapli-RS.

* Com informações da CUT-RS


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Edição: Marcelo Ferreira