Minas Gerais

EDUCAÇÃO

Escola de Uberlândia adotará modelo cívico-militar

Movimentos denunciam que houve falta de diálogo para a aprovação do projeto

Uberlândia | Brasil de Fato MG |
A Escola Municipal Hilda Leão Carneiro funcionará em modelo híbrido com militares da reserva das forças armadas atuando dentro da instituição - Créditos da foto; Reprodução

Os uberlandenses foram surpreendidos, na última semana, com a notícia de que uma das escolas públicas da cidade adotaria o modelo “cívico-militar”. A Escola Municipal Hilda Leão Carneiro, localizada no Bairro Morumbi, funcionará em modelo híbrido, com militares da reserva das forças armadas atuando dentro da instituição.  

Diversos professores e movimentos têm se manifestado alegando que não houve um amplo debate com a comunidade escolar, tendo sua aprovação sido feita de forma acelerada apenas para se cumprir um protocolo.

:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::

Em matéria divulgada pelo portal da Prefeitura de Uberlândia, a secretária de educação, Tania Toledo, afirma que o processo foi feito de forma democrática. “Fizemos reuniões em que os servidores e a sociedade tiveram direito de opinarem. Na reunião [virtual] comunitária contamos com a participação de mais de 250 pessoas”, conta.

Um professor da escola, que pediu para não ser identificado, contou ao Brasil de Fato MG que, na verdade, não houve tempo para debate, sendo que eles só foram informados sobre o tema de discussão quando a reunião já havia se iniciado. “Logo no início da manhã, no dia 15 de março, fomos convocados para uma reunião virtual que ocorreria algumas horas mais tarde, às 15h. Ou seja, não fomos sequer avisados com antecedência e o assunto não foi adiantado. Ficamos sabendo da pauta no horário da reunião. Todos ficaram estupefatos com a situação”, relata.

O professor afirmou ainda que apenas durante a reunião foi enviado um documento contendo 324 páginas com a regulamentação das escolas cívico-militares, não havendo tempo hábil para fazer a leitura. A reunião, que foi mediada por um professor de uma escola cívico militar de Belo Horizonte, teria tido sua votação “acelerada” e através do chat da plataforma. “Muitos profissionais desconhecem como é o funcionamento desse modelo de escola e votaram segundo o que foi apresentado. Boa parte aprovou, mesmo tendo dúvidas acerca dos reais benefícios que o programa poderia trazer para a comunidade escolar”, disse o professor. 

No dia seguinte, houve outra reunião virtual voltada à comunidade que contou com a presença de cerca de 250 pessoas, número que não chega à metade do total da população atendida pela escola. A reunião seguiu nos mesmos moldes do dia anterior.

A previsão é de que após o envio da assinatura do termo de adesão feito pelo prefeito Odelmo Leão (PP), a escola já inicie a implantação do modelo de forma gradativa, aderindo ao programa que foi lançado pelo governo federal em 2019.

Edição: Rafaella Dotta