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Educação

Quarta Sindical debate o impacto da pandemia no trabalho dos funcionários das escolas

Só em 2021, segundo dados da APP sindicato, já morreram mais de 100 funcionários por COVID19

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O Programa Quarta Sindical é uma parceria entre o Brasil de Fato Paraná e a CUT Paraná - Reprodução internet

via CUT PARANÁ 

 

Embora sem aulas presenciais, escolas continuam abertas. Os locais de ensino também funcionam como centros sociais, para por exemplo, realizar a distribuição de cestas básicas para as famílias cujos os filhos estão sem a merenda escolar. Para que este sistema continue em funcionamento, funcionários e funcionárias de escola trabalham presencialmente em meio à pandemia e, é claro, enfrentam muitas dificuldades.

Para tratar deste tema tão importante o Quarta Sindical desta semana recebeu Zezinho Prado, secretária de funcionários da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e Nádia Brixer, que ocupa a mesma função, mas na APP-Sindicato. Elas conversaram com Marcio Kieller e Ana Caldas sobre as dificuldades enfrentadas pela categoria em meio à pandemia de Covid-19.

“A entrega de material, de merenda, recebimento de matrícula de 2020 para 2021, receber pais nas escolas, todos os problemas dos alunos com aula remota que não tinham condições de estrutura e procuraram as escolas. Quem recebeu? Quem organizou? Nós é que recebemos e as condições nem sempre foram respeitadas. Muitas vezes os próprios funcionários precisam levar suas máscaras e seu álcool em gel. Foi assim em 2020 e continua assim em 2021. A escola não é um lugar seguro e não há pesquisa em sentido contrário”, afirmou Zezinho Prado ao analisar o papel da categoria.

Nádia Brixner, da APP-Sindicato, ressaltou o papel da categoria, fundamental para que as unidades escolares funcionem. “No Paraná, no meio da pandemia, o Governo do Estado e deputados da base de apoio aprovaram lei que terceiriza o serviço dos funcionários de escola. A desculpa era que não são essenciais. O que começamos a ver durante o período da pandemia? Justamente a escola se mantém aberta por quais profissionais? Somos fundamentais para que a vida continuasse acontecendo e para que professores, professoras, estudantes pudessem fazer a educação remota, os funcionários tinham que estar lá”, enfatizou.

Nádia também lembrou que, até o momento, levantamentos preliminares apontam mais de 100 mortes em profissionais da educação no Paraná. “Nosso perfil da APP-Sindicato no Facebook virou um obituário”, lamentou. Ela lembrou do caso de uma funcionária de escola de Maringá. “Ela faleceu e uma semana antes de ser entubada estava fazendo curso de formação para ter sua progressão, é revoltante”, disse visivelmente emocionada ao lembrar de casos de mortes envolvendo trabalhadores e trabalhadoras da educação.

O Quarta Sindical também tratou da mobilização realizada, nesta quarta-feira (7), pela APP-Sindicato. Com palavras de ordem como “Queremos Paz na Educação” e “Fora Feder”, a categoria e estudantes colocaram faixas em diversos locais públicos em cidades dos 32 Núcleos Regionais da Educação. Um ato também foi realizado, em Curitiba, durante a manhã em frente ao Palácio Iguaçu. Os trabalhadores e trabalhadoras querem estabelecer o diálogo com o Governo do Estado, o que não acontece desde o início da gestão de Ratinho Júnior e Renato Feder. "Não queremos que o secretário e empresário saia. Ele usa o espaço da SEED como grande balcão de negócios e não representa o que a educação do Paraná tem desenvolvido. Este grito alto de Fora Feder é um grito de fora desta política negacionista, do medo, que faz com que profissionais internados continuem lecionando", declarou Nádia. 

Confira a íntegra deste programa no link: 

Edição: Ana Carolina Caldas