Rio Grande do Sul

Especial

Série especial relata a luta por uma política de manejo florestal comunitária no Pará

Repórter Rogério Almeida resgata quase uma década de luta de comunidades contra o desmatamento e a exploração

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Série de 3 reportagens especiais relata a luta de comunidades do Pará por uma política estadual que preserve seus territórios e o meio ambiente - Montagem sobre foto

Há 9 anos, comunidades tradicionais do estado do Pará empreendem uma luta para a efetivação da Política Estadual de Manejo Florestal, Comunitário e Familiar (PEMFCF). A jornada é realizada em parceria com ONGs e pesquisadores de variadas formações.

O repórter Rogério Almeida conhece boa parte da região sudeste do estado do Pará, local onde já residiu e onde é muito comum o assassinato de lideranças locais e pessoas que lutam pela defesa das comunidades e do meio ambiente. Atualmente, reside em Santarém, local também ameaçado pelo avanço da monocultura da soja.

Seu envolvimento com a pauta se deu através do período que viveu na região e teve contato com as comunidades que lutam pelo meio ambiente e suas vidas, quando pode participar de processos formativos com as famílias.

Ele lembra que a luta pela Política Estadual de Manejo Florestal, Comunitário e Familiar é parte do objetivo para garantir o uso racional dos recursos naturais, mas também a melhoria da qualidade de vida dos moradores dessas regiões, que contém projetos de assentamentos agroextrativistas, territórios quilombolas e outras modalidades.

Rogério afirma também que parte da motivação para a realização dessas reportagem vem do cenário político nacional. Também é um motivador o avanço da fronteira do grande capital, a partir do agronegócio e das suas grandes obras de infraestrutura (modal de transporte, hidroelétricas, complexos portuários), sobre o meio ambiente e as áreas de preservação. Esse avanço, pontua, trás consigo a violência, como elencado na primeira parte do trabalho.

A série de três reportagens é assinada por Rogerio Almeida e tem edição de Katia Marko, sendo publicada aqui no site do Brasil de Fato do RS.

Confira:


Parte 1: Pará, o estado que mais desmata na Amazônia

A primeira parte da reportagem especial trata sobre o desmatamento, trabalho escravo e violência no campo no estado do Pará.

"Ao longo da história, o estado do Pará tem liderado toda ordem de indicador negativo em relação a desmatamento, ao trabalho em condição análoga à escravidão, bem como indicadores no campo de violência contra dirigentes que defendem a reforma agrária, o meio ambiente e os direitos humanos, onde o estado tem sido líder absoluto." 

:: Acesse aqui a primeira parte ::


Área de desmatamento no Jari, fronteira do Pará com o Amapá / Foto: Rogério Almeida


Parte 2: Manejo Florestal Comunitário e Familiar - uma política para conter o desmatamento

Segunda parte da reportagem trata especificamente sobre o que é a Política Estadual de Manejo Florestal Comunitário e Familiar. Também relata os quase 10 anos de luta das famílias e comunidades locais pela implementação dessa política.

"A proposta para a política propõe o fortalecimento das cadeias produtivas; a regularização fundiária e ambiental para o manejo florestal comunitário e familiar; o desenvolvimento científico e tecnológico que respeite os conhecimentos tradicionais; e a proteção das comunidades e famílias nas relações comerciais."

:: Acesse aqui a segunda parte ::


Uma das muitas etapas de debate sobre o pleito para a efetivação da Política Estadual de Manejo Florestal Comunitário e Familiar / Fonte: site do Observatório do Manejo Florestal Comunitário


Parte 3: Afinal de contas, o que é o manejo florestal de base comunitária?

A terceira e última parte da reportagem aprofunda a Política Estadual de Manejo Florestal Comunitário e Familiar, suas características, e apresenta casos de sucesso de implementação de assentamentos rurais com essa política.

"A literatura sobre a diversidade dos grupos tradicionais na Amazônia alerta sobre elementos que dão forma a estes, tais como os laços familiares, de vizinhança, compadrio e de solidariedade em diversas atividades comunais. Seja na produção da roça, na caça, pesca, na coleta das riquezas da floresta, no manejo florestal, na edificação de estruturas coletivas das comunidades e em celebrações religiosas ou pagãs."

:: Acesse aqui a terceira parte ::


Comunidade do Tiningu vive do manejo de açaizais / Foto: Rogério Almeida


Sobre o repórter e o seu blog

Rogério Almeida é graduado em comunicação. Autor do livro "Araguaia-Tocantins: fios de uma História camponesa". Foi colaborador de ONGs e movimentos sociais, nutre afeição pelo samba, choro, maracatu, tambor de crioula, jongo, lundu e outros sons.

Mora no Pará desde 1999. É mestre em planejamento pela UFPA, com pesquisa laureada com o Prêmio NAEA/2008, que resultou na obra "Territorialização do campesinato do sudeste do Pará".

Em 2012 lançou obra "Pororoca pequena: marolinhas sobre a(s) Amazônia(s) de cá", com prefácio do Dr. Jean Hébette e texto de orelha de Lúcio Flávio Pinto. Atualmente é professor do Curso de Gestão Pública da UFOPA/Santarém-PA, cursa doutorado em Geografia Humana na USP, e organiza a série "Arenas Amazônicas".

Mantém o blog O Furo:

"Furo na geografia é o canal de comunicação entre um rio e seu afluente. No jornalismo, é gol de placa, o fato noticiado em primeira mão. O blog FURO, editado pelo jornalista Rogério Almeida, tem como objetivo ser um canal de comunicação entre as quebradas da Amazônia e o resto do mundo".


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS

Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.

Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.

Edição: Katia Marko