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Professora responde a Rosane de Oliveira (ZH) e quem acha professor que não trabalha

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"É só mais uma forma de nos chamar de vagabundas", desabafa professora que inicia o trabalho remoto às 8h e termina após as 22h - Agência Brasil
A garota de recados da RBS atacou duramente os professores gaúchos em sua coluna

Rosane de Oliveira, a garota de recados da RBS, atacou duramente os professores gaúchos em sua coluna na Zero Hora dizendo que, diferentemente de outras categorias profissionais, estes não estariam trabalhando durante a pandemia. De quebra, a mensageira dos guardiões da barranca do Dilúvio se apoia no fato de que comércio, serviços, academias e outros que tais estão abertos.

Rosane de Oliveira e a RBS tiram a responsabilidade dos ombros de Bolsonaro, Eduardo Leite e Sebastião Melo e joga toda a responsabilidade… nos professores. Os governantes eram para estar oferecendo as condições adequadas para o retorno, o que inclui testagem em massa, equipe de higiene e saúde nas escolas, antes mesmo das vacinas.

Nada disto há, mas Rosane esconde e diz que os professores não querem voltar antes de todos serem vacinados. Isto não é verdade. O que diz a sentença do Juiz que determinou que as aulas não voltem é que, para voltar, há que ter as condições adequadas.

Leia o desabafo da professora Waleska Vasconcellos e, a seguir, o print da íntegra da mensagem da RBS, assinada pela mensageira:

“Sou funcionária nomeada do magistério estadual em Porto Alegre e em Gravataí, no município.

Bom dia! Nem me sinto mal com isso, de tantas humilhações que nos fazem passar na internet. A gente vai se acostumando! E esta é só mais uma forma de nos chamar de vagabundas, como têm feito ao longo de mais de um ano.

Todos os dias nos sites de jornais, nos chamam de vagabundas, dizem que não queremos trabalhar. Só que neste momento estou num intervalo entre uma aula e outra. Sento com o computador no colo, o celular numa mão e o tablet na outra. E me considero sortuda, pois tenho 3 equipamentos (nenhum de última geração, mas funcionando).

Sou funcionária do Estado 20h e do município de Gravataí mais 20h. Com mais de 20 anos em cada esfera, não estamos mais recebendo triênios e quinquênios, unidocência em Gravataí, no estado perdemos vários penduricalhos, que para outras categorias é uma miséria, mas pra nós (embora a gente também ache uma miséria) é importante! Estamos há mais de 6 anos sem nenhum tipo de reajuste. Minha rotina de trabalho é muito maior.

Só levanto pra ir ao banheiro e comer alguma coisa. A noite, caminho no estacionamento do prédio, porque além de ser saudável, me ajuda a tirar a ansiedade. A minha rotina inicia às 8h e termina após as 22h, pois um número significativo só tem um celular para toda a família e ele só está disponível a noite quando os/as responsáveis estão em casa, aí alunos e alunas nós contatam para realizar as atividades e tirar dúvidas.

Enfim, tá muito difícil! Estou estudando para outro concurso, pra ter uma velhice digna. Aprovada num concurso, irei largar definitivamente o magistério!

Qual o meu sentimento neste momento? De fracasso e um cansaço imenso!”

A seguir, a mensagem da RBS:

Foto da Zero Hora / Reprodução

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


 

 

 

Edição: Marcelo Ferreira