Rio Grande do Sul

1º de MAIO

Centrais sindicais e movimentos sociais realizam ato solidário em Porto Alegre

Ato do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora defende democracia e cobra vacina, auxílio justo e fora Bolsonaro

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ato simbólico no centro de Porto Alegre reuniu centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda - Carolina Lima

A solidariedade e a luta por vida, emprego, democracia, vacina já para todos e todas, auxílio emergencial de R$ 600, contra as privatizações e pelo Fora Bolsonaro foram a marca do Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora neste 1º de Maio. No Rio Grande do Sul, as atividades começaram cedo com a realização virtual de uma missa ecumênica pelo Fórum Inter-religioso e Ecumênico do RS, com depoimentos de religiosos e de representantes de movimentos como dos catadores e dos trabalhadores de aplicativos, entre outros. 

No Largo Glênio Peres, centrais sindicais, movimentos sociais, religiosos e políticos realizaram um ato simbólico, que foi transmitido ao vivo pelo Brasil de Fato RS, a Rede Soberania e entidades. Reforçando a solidariedade da classe trabalhadora, o ato contou com um Drive-Thru Solidário, que recolhe doações de alimentos e materiais de higiene para ajudar quem mais precisa nas periferias da Capital e segue arrecadando até as 16h deste sábado. 


Drive-Thru Solidário arrecadando alimentos para quem tem fome e não é assistido pelos governos federal, estadual e municipal / Carolina Lima

Durante o ato, representantes das entidades lembraram das milhares de vidas perdidas por conta da pandemia e da responsabilidade dos governos com a trágica situação. Também recordaram dos milhares de desempregados e das pessoas que passam fome no país.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegou no ato simbólico com diversos caminhões cheios de alimentos saudáveis produzidos por assentados. São mais de 50 toneladas, que foram entregues nas periferias de Porto Alegre e Região Metropolitana. Enquanto o ato transcorria, os caminhões se dirigiram para locais como a Lomba do Pinheiro e Vila Cruzeiro, grandes bairros da periferia da Capital. 

Após as falas, foi distribuída uma marmita para moradores de rua do centro da Capital, como gesto solidário das centrais sindicais.

Dia de luta segue no RS e no Brasil

Outras atividades estão programadas no RS, também com transmissão ao vivo pelo Brasil de Fato RS e Rede Soberania. Às 16h, será realizado um abraço à Companhia Carris Porto-Alegrense (Carris), empresa pública de transporte público de Porto Alegre que corre risco de privatização. 

À noite, as centrais sindicais no RS e o Comitê Popular de Combate à Covid-19 promovem uma live cultural, das 19h às 20h30, com apresentações de artistas locais, em homenagem aos trabalhadores e às trabalhadoras.

Antes, às 14h, iniciou o ato nacional das centrais sindicais para o Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora. Com o tema "1° de Maio pela Vida – Democracia, Emprego e Vacina para Todos", a atividade é transmitida pela TVT - TV dos Trabalhadores, e pelos canais no Youtube e redes sociais do movimento sindical. Conta com a participação de movimentos, entidades, pensadores e artistas como Chico Cesar, Chico Buarque, Elza Soares, Bia Ferreira, Teresa Cristina, Doralyce, Aíla, Paulo Betti, Osmar Prado, Sílvio Almeida, Gregório Duvivier, entre outros.

Assista aos atos estadual e nacional no final desta matéria.

O ato solidário em Porto Alegre iniciou com fala ecumênica

Secretária geral da CUT, Vitalina Gonçalves, juntamente com Silvana Conti, vice-presidente da CTB, puxaram o ato destacando o caráter de luta, resistência e solidariedade do mesmo. Ressaltaram em suas falas a importância do auxílio emergencial e vacina para todas e todos, além do Fora Bolsonaro. Abriram as falas representantes do Fórum Inter-religioso e Ecumênico RS.

Waldir Bohn Gass lembrou das mais de 400 mil vidas perdidas por conta da covid-19, dos mais de 14 milhões de infectados e dos milhões de desempregados e subempregados. “Como diz o Papa Francisco, esse sistema, essa economia mata porque ela colocou o lucro como seu estômago, uma ganância sem limites. Essa economia tem que mudar e somos nós, o povo, que temos que fazer esta mudança”, afirmou, pontuando que o Fórum Inter-religioso, com igrejas cristãs, movimentos de espiritualidade afro e outras religiosidades diversas estão trazendo a solidariedade.

Baba Diba de Iyemonja, representando o povo de terreiro, afirmou o papel dos movimentos e mobilizar-se contra a fome e dizer Fora Bolsonaro e Fora Mourão. "Nós, enquanto povo de terreiro, somos também cuidadores em potencial, esse papel que nós não esperamos que esse governo cumpra, de cuidar da saúde”, frisou. Segundo o líder religioso, as inúmeras mortes são marca da incompetência, do fascismo, do ódio, de “um governo que não teve condições de criar estratégia para combater a pandemia do coronavírus”.

Centrais sindicais e movimentos unidos pela classe trabalhadora


Centrais sindicais unidas no 1º de Maio no RS / Carolina Lima

“Hoje, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, é dia de lutas, dia de solidariedade e de esperança. E dia de luto porque temos um presidente da República, acompanhado por muitos governadores e alguns prefeitos, em uma política de morte”, sublinhou o presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Amarildo Cenci. Para o dirigente, o governo tem aproveitado a pandemia para retirar direitos, colocando à venda o patrimônio público e acelerando o desmonte do Estado brasileiro através de reformas em curso, como por exemplo a reforma Administrativa. 

Na avaliação do presidente estadual da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Rio Grande do Sul (CTB-RS) e presidente da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do RS (Fecosul), Guiomar Vidor, os trabalhadores vivem um momento de grande dificuldade no país. “Isso tudo tem dois grandes responsáveis, não é só o coronavírus. Temos um grande responsável à frente da nossa pátria, um governante negacionista. Os trabalhadores e trabalhadoras vivem a maior regressão civilizacional do nosso país, que começou com a reforma trabalhista, da Previdência, depois congelaram investimentos na saúde, educação e segurança. Dentro desse contexto tivemos a crise agravada pelo negacionismo da ciência deste desgoverno que tantos males tem feito ao Brasil”, expôs. 

Para Cleusa Werner, representante da CPS-Conlutas Central Sindical e Popular, é um dia de ato de luta e solidariedade classista onde se preservam os princípios da classe trabalhadora. “No momento, há mais de 400 mil mortos, uma multidão de desempregados. Nós não temos muito o que comemorar a não ser a nossa força e nossa luta. O CPS Conlutas se soma a todos aqueles que querem o fim desse governo genocida que protelou a compra de vacinas, fica de joelhos ao capital, assim como aqui no RS, com o Eduardo Leite, e em Porto Alegre, o Sebastião Melo”, disse.

Na avaliação do presidente estadual da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB-RS), Nelcir André Varnier, os governos estão alienados às questões do povo, resultando em uma falta de perspectiva e desemprego. “Hoje, 1º de Maio, é dia em homenagem aos trabalhadores, responsáveis por conquistar direitos que hoje estão sendo retirados, trabalhadores que constroem a riqueza do país e estão alijados dessa riqueza graças a um Estado capturado por uma minoria que manda nesse país. Governos que poderiam usar ferramentas como estatais para desenvolver riqueza”, opina, destacando que enquanto as pessoas estão preocupadas com a pandemia, o governo aproveita para roubar o patrimônio público. “São vendilhões da pátria, desconectados como povo brasileiro”, finaliza.

Cedenir de Oliveira, da coordenação do MST no Rio Grande do Sul, assim como os demais representantes dos movimentos sindicais, destacou a maior crise da história do país, que é uma crise do capitalismo. “Temos consciência que se a crise é deles, quem paga a conta somos nós, milhões de trabalhadores, desempregados, milhões de pessoas que infelizmente voltam a passar fome. Por isso, neste dia estamos juntos nessa luta de solidariedade trazendo um pouco do que temos”, afirmou.

Segundo pontuou Cedenir, ao longo da história do MST, a solidariedade marcou a luta do movimento. “Trazemos aqui 50 toneladas de alimentos produzidos pelo nosso povo, a esses companheiros que infelizmente estão passando fome. O agronegócio é o que mais tem ganhado nessa crise, e quanta comida eles distribuíram nesse país? Nada, porque eles não produzem comida, quem produz são assentados e pequenos agricultores.”


Caminhão de doações do MST chegando no ato, antes da entrega na periferia de Porto Alegre / Carolina Lima

Para Tamires Figueiro, representante da Intersindical, o momento exige mobilização diante das mortes ocasionadas pelo governo. “Desde o início, Bolsonaro vem tratando a pandemia com desdém”, destaca Tamires, que também lembrou que o governador Eduardo Leite quer que as escolas voltem à normalidade. “Ele quer colocar famílias, professores, funcionários de escola, arriscando suas vidas, enquanto ele faz isso de sua casa, em home office. Eu, como mãe de uma filha de educação infantil, digo que minha filha não voltará para a escola, dezenas de diretores estão fazendo o mesmo se recusando a voltar pras escolas”, afirmou. 

A representante também fez críticas ao prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que quer privatizar a empresa de transporte público da cidade. “A Carris é patrimônio histórico. Muitos rodoviários já perderam a vida nessa pandemia. São trabalhadores da linha de frente, é muito importante que a gente defenda a Carris.”

“Mais um 1º de Maio de tantas lutas e em um momento onde passamos de 400 mil mortos por conta de uma pandemia e descaso do governo federal. Por isso nossa marcha é pela vida, comida no prato e vacina no braço. Vamos até a queda do Bolsonaro ocupar espaços porque não dá mais, esse governo genocida mata o trabalhador. Rodoviários, vigilantes e várias categorias não pararam e não foram vacinadas”, criticou Andrezão Costa da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). 

Cláudio Corrêa, diretor da Força Sindical, reforçou a lembrança das mais de 400 mil vidas perdidas e a inércia do governo. "Não podemos esquecer os companheiros nossos que tiveram sua vida ceifada por esse crime, muitos líderes sindicais desse país. A nossa luta não vai parar. Aqui no estado temos deputados e pessoas que apoiam o projeto de um copo de leite e um pão seco por dia para cada família, que são os R$ 150 por mês oferecidos. Como que uma família vai sobreviver com um copo de leite e um pão seco por dia? Nossa luta continua. Nós teremos os R$ 600, nós vamos lutar”, destacou.

Por sua vez, Erico Correa, do Fórum Pelos Direitos e Liberdades Democráticas, disse que o capitalismo escancarou a sua barbárie condenando milhões de pessoas à fome, ao desemprego, à desesperança e à miséria. “Os governos no mundo todo têm seguido a cartilha neoliberal de defender o agronegócio e o sistema financeiro. Não é à toa que os bilionários ficaram mais ricos ainda em cima do desastre humanitário que vivemos há mais de um ano. É insuportável assistir a 3,5 mil pessoas morrendo por dia no Brasil. O país vai atingir 500 mil mortes e temos que construir o enfrentamento ao Bolsonaro e seu governo genocida”, alertou.

Deputados e movimentos sociais


Somente o MST doou mais de 50 toneladas de alimento no RS neste 1º de Maio / Maiara Rauber

Em nome do PT, o deputado estadual Edegar Pretto indagou se alguém já viu um caminhão de um bolsonarista latifundiário entrar na periferia. “Eles não entram porque são negacionistas, fascistas. Tem que ser a agricultura familiar para fazer o que esse governo não faz”, ressaltou. De acordo com o parlamentar, no RS a diferença do governo estadual com o governo federal é somente de personalidades e ambos querem entregar o patrimônio público. “Nenhuma iniciativa do governo Leite até aqui para salvar a economia, 20% dos bares e restaurantes fecharam as portas nesta pandemia e nenhuma política pública do governo estadual”, salientou.

Representante do PCdoB, a vereadora porto-alegrense Daiana Santos saudou os profissionais da saúde e os trabalhadores da Carris. “Não aceitaremos as privatizações e  lutaremos até o fim, por respeito, pela forma absurda como está sendo essa política em nossa cidade e nosso país. Nos colocamos à frente, não vamos fugir da luta porque isso é parte do nosso projeto político”, afirmou.

Pelo PSOL, a deputada federal Fernanda Melchionna destacou a importância de se fazer o ato unitário e também lembrou das vidas perdidas por conta da pandemia. “Mortes que têm cor, os negros, os pobres, que são os mais vitimados pela pandemia da covid-19”, frisou. A parlamentar pontuou ainda que mesmo aqueles que defendem a ciência e não são a favor do negacionismo, em nome da privatização dos Correios e da Eletrobras e da reforma Administrativa, aceitam calados ao desmonte.

“A burguesia brasileira silencia com o governo Bolsonaro. Bolsonaro cometeu crimes contra a humanidade, a luta política é pelo Fora Bolsonaro e pelo impeachment já. Aproveitam a pandemia para fazer passar a boiada”, frisou Fernanda. Também criticou o governo de Eduardo Leite, que muda as bandeiras à sua vontade para impor a volta dos trabalhadores da educação. “Derrotar a extrema direita é a tarefa da nossa geração, um país que vive um genocídio do povo negro e indígenas nunca teve uma democracia plena, temos que sonhar com uma democracia real e verdadeira”, concluiu. 

Em sua fala a presidenta do CPERS Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, lembrou que no Brasil mais de duas mil crianças morreram por conta da covid-19. Destacou que a covid causa sérios problemas e deixa sequelas para o futuro das crianças. De acordo com ela, o governo do estado segue os mesmos passos do governo de Jair Bolsonaro, que trocou votos na Assembleia para aprovar o fim do plebiscito para vender estatais. “Oferece a vida dos trabalhadores e alunos ao abrir escolas no momento onde indicadores não demonstram que baixou contaminação e mortes. Esse governo quer jogar a comunidade dentro das escolas, que podem se tornar espaço de contaminação”, afirmou. 

“O governo, acima de tudo, acima das vidas, quer vender o Banrisul, a Corsan e a Procergs. Ele faz qualquer coisa, mesmo condenando ao corredor de mortes professores e alunos. Estamos na luta e não vamos recuar, não vamos desistir. A  partir da semana que vem vamos fazer atos importantes para impedir esse genocídio, e vamos responder à altura o governo do estado de que não somos moedas de troca”, finalizou.

Representado o partido UP,  Vinicius Stone afirmou que a unidade é fundamental para construir um programa que represente os interesses da classe trabalhadora. “Na nossa unidade não tem espaço para os partidos da burguesia, para os grandes bancos e grandes empresas, não tem espaço nos atos nem em nosso programa. Precisamos defender os interesses da classe trabalhadora. Nesse dia de luto e de luta, precisamos derrubar esse governo o quanto antes. Nosso povo está morrendo de fome hoje, e por isso são muito importantes iniciativas de solidariedade”, ressaltou.

Gabriela Silveira, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Rio Grande do Sul, saudou os profissionais da saúde e destacou que o governo federal tem um projeto genocida, anticiência, e que não defende a vida. "Somos nós, trabalhadores e trabalhadoras e também estudantes que se somam nessa luta, que lutam todos os dias em defesa do Brasil soberano, com comida no prato do nosso povo. Nós lutamos pela educação porque entendemos que é uma maneira de emancipar nosso povo. Nós colocamos a classe trabalhadora dentro das universidades e não vamos recuar, defendemos a vida e a ciência e por isso nos somamos à luta dos trabalhadores hoje.”

Nana Sanches, pelo Movimento de Mulheres Mirabal e Movimento Olga Benário, pontuou que não há ainda o que comemorar. “É dia de luta e de reafirmar nosso compromisso com quem pode mudar a situação desse país, a classe trabalhadora. Como representante de movimento de mulheres, quero reafirmar o compromisso com as diaristas, professoras e mulheres que estão sendo esmagadas por essa política, e que não aguentam mais nenhum dia do governo Bolsonaro. Os povos da América Latina estão dando o exemplo nas ruas de que é possível vencer o fascismo e as forças progressistas deste país. Precisamos dar a resposta a esse governo que está nos matando de covid, de violência, de fome, de desemprego”, afirmou.

Cláudia Tomielo, representando o PCB e o Fórum em defesa do SUS, afirmou que o 1º de Maio é uma data importante de luta da classe trabalhadora. “Nós da classe trabalhadora estamos sofrendo com desemprego, aumento da fome e trabalho informal que impede que trabalhadores possam ficar em casa. São mais de 50 milhões de trabalhadores sem um vínculo formal de trabalho”, destacou. Ela acrescentou também o processo de privatização pela qual passa o país, o estado e também a capital gaúcha, onde foram demitidos mais de 600 trabalhadores do Instituto Municipal da Estratégia da Saúde da Família (IMESF), em plena pandemia.  

Para Dani Maisana, do PSTU, outra tarefa essencial para a classe trabalhadora é destruir o sistema capitalista. “É o capitalismo responsável pela falta de vacina, que faz com que 16% da população mundial tenha 60% das vacinas. É o capitalismo o responsável pela falta de vagas nos hospitais e pela privatização da saúde. Quem acredita no futuro da humanidade precisa destruir esse sistema. As eleições não mudam a vida. Temos que construir um programa emergencial agora, pautar a greve sanitária geral em defesa da vida, da nossa classe, acreditar nas nossas forças e exigir lockdown com renda e vacina para toda a população.”

Representando a juventude do PT, Pedro Duval frisou que os jovens nunca estiveram fora da luta nesse dia e durante todo o ano. “Nós lutamos por direitos e pela vida. Hoje talvez seja um dos dias dos trabalhadores mais importantes e marcantes, pois lamentamos a morte de 400 mil vidas que poderiam ter sido evitadas se não tivéssemos em nível estadual, municipal e federal um projeto neoliberal que retira direitos, oportunidades e que leva nosso povo à fome. Temos que lutar contra a informalidade que assola nossa juventude, contra a falta de esperança e por oportunidades da nossa juventude”, disse.

Alexandre em nome dos trabalhadores sendo atacados pela PEC 280, ressaltou a importância de trazer nesse dia a questão das privatizações e colocá-la na hierarquia certa na luta de classes. Frisou que é preciso, a partir das centrais sindicais, construir a unidade das categorias para derrotar a PEC 280, o PL 591 da privatização dos Correios e afastar a sanha privatista do país. “A burguesia está exigindo do Bolsonaro, do Leite e do Melo o que ela quer e os trabalhadores não estão conseguindo dar uma resposta coletiva. Vimos essa semana trabalhadores colombianos e paraguaios fazendo greve geral. A gente precisa, com todas as medidas e responsabilidades, unificar a luta e botar nosso povo nas ruas”, avaliou.

Presidente do Sindisaúde-RS, Julio Jesien, lembrou das dezenas de profissionais de saúde na linha de frente que foram a óbito para salvar aqueles que muitas vezes se negaram a usar máscara ou fazer distanciamento social. “Hoje a situação é um pouco mais tranquila, principalmente em Porto Alegre. Já temos 90% da categoria vacinada com a primeira dose e 60% com a segunda dose. Mas nossa luta não termina aqui, passamos o inverno todo lutando por EPI, vacina e testagem. Trabalhadores da saúde estiveram e sempre estarão prontos para atuar, enquanto tiver um trabalhador brasileiro não vacinado, nós trabalhadores da saúde estaremos na luta.”

“Estamos nos unindo, fazendo com que nossa força seja sempre relevante diante dessa gestão pública que não nos enxerga enquanto população negra nesse estado e nessa cidade, que não nos enxerga enquanto povo tradicional”, disse Itanajara de Oxum Almeida, representado o Comitê Popular de Enfrentamento à Covid, que destacou a solidariedade das ações neste 1º de Maio.

Segundo Itanajara, é a esquerda que chega nas periferias e comunidades pobres. “Somos nós que vivenciamos dentro das comunidades tudo aquilo que é realmente necessário. A saúde é precária, o alimento não chega, estamos em insegurança alimentar. Não vamos parar porque nosso nome é resistência, a resistência de um povo que acredita nos seus iguais. Estamos fazendo um grande ato de solidariedade para distribuir para aqueles que têm fome. Não adianta o poder público dizer que estão doando 50 mil cestas básicas porque elas não estão chegando nas casas”, finalizou.

Assista ao ato estadual

Assista ao ato nacional


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Edição: Katia Marko