Rio Grande do Sul

Pandemia

Sindsepe e Sintergs fazem vistorias em locais de trabalho da Secretaria da Saúde

Ordem de trabalho determinou retorno presencial de trabalhadores; vistoria confirmou diversos problemas sanitários

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Sindicatos fizeram vistorias nas depedências da Secretaria Estadual de Saúde e verificaram a falta de cumprimento de protocolos de segurança sanitária - Reprodução

O Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs) e o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Sindsepe-RS) fizeram uma vistoria em locais de trabalho da Secretaria Estadual da Saúde (SES). A vistoria foi motivada por uma ordem de serviço do dia 29 de abril, publicada pela SES, determinando que os servidores que estiverem vacinados deveriam retornar do teletrabalho ou do esquema de revezamento para o trabalho 100% presencial.

Os locais vistoriados foram as dependências da SES situadas no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) e a Escola de Saúde Pública. As visitas ocorreram segunda (3) e quarta-feira (5). Segundo Diva Costa, presidenta do Sindsepe, é do conhecimento do sindicato as condições das dependências da SES. Porém, além disso, diversos trabalhadores procuraram o Sindicato pois estavam preocupados com as condições de segurança sanitária de seus locais de trabalho.

As vistorias confirmaram que os espaços não são adequados para receber a totalidade dos trabalhadores, mesmo que esses estejam vacinados. Nos andares da Secretaria da Saúde, na maioria das salas é impossível ter distanciamento entre mesas e espaço de trabalho. Diva afirma também que a maioria das salas têm janelas para ventilação, mas o espaço reduzido impede o afastamento entre os servidores.

Segundo o presidente do Sintergs, Antonio Augusto Medeiros, foi verificado um total desregramento dos protocolos de saúde para um retorno com segurança.

"Mesmo com a vacina, há riscos e os protocolos precisam ser respeitados”, destacou . Antonio afirmou também que a SES será notificada para que regularize a situação de acordo com as normas previstas no decreto 55.240.

Higienização precária

Além do problema do pouco espaço que evita o afastamento entre pessoas, a higienização foi considerada precária.

"Não há disponibilidade de uso individual de produtos, os trabalhadores precisam levar álcool gel de casa, por exemplo. Somente de forma eventual que se consegue a reposição desse produto através da Secretaria. Além da higienização precária, diversos equipamentos são de uso compartilhado entre várias salas, como telefones e impressoras, por exemplo", relata Diva.

A vistoria percebeu também que, nas áreas de circulação comum, os dispensadores de álcool foram encontrados vazios e o banheiro de um dos andares estava interditado. Outros banheiros em funcionamento não estavam higienizados. O refeitório também não é adequado, com pouco espaço para os servidores fazerem as refeições. Percebeu-se também a falta de orientações da Secretaria para os trabalhadores terceirizados.

"Não há segurança até com a utilização dos equipamentos de proteção individual fornecidos pelo estado, por serem equipamentos de baixa qualidade. São máscaras artesanais, quase transparentes, não dão segurança. A maioria dos servidores tira do próprio bolso para comprar um equipamento adequado e poder trabalhar com tranquilidade", relatou a dirigente sindical.

A representante do Sindsepe ressalta que os trabalhadores não estão se negando ao trabalho, mas reforça que a exigência é segurança para um retorno adequado aos locais de trabalho. Foi feito um relatório sugerindo alterações. Este foi entregue na forma de um ofício, para a secretária estadual de Saúde, requerendo as mudanças necessárias, como a instalação de divisórias de acrílico entre as mesas, por exemplo.

Os representantes sindicais informaram ambos que já existe um inquérito civil aberto no Ministério Público do Trabalho, ao qual será acrescido o relatório da vistoria, solicitando que a Vigilância Sanitária do Município também faça uma vistoria própria.


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Edição: Marcelo Ferreira