Rio Grande do Sul

Show Virtual

Ialodê reúne Loma, Marietti Fialho, Nina Fola e Glau Barros em um grande show

Apresentação na próxima terça-feira (18), parte da trajetória de vida e de arte de quatro artistas mulheres negras

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Espetáculo celebra em vida as histórias e as carreiras das principais vozes da música negra do RS - Josemar Afrovulto

O show Ialodê parte da trajetória de vida e de arte de quatro artistas mulheres negras que, em diferentes contextos e perspectivas, compõem e propõem performances que carregam as experiências plurais dos saberes artísticos na música. Vida e arte, história e expressão, razão e emoção fundidas aos sabores do tempo.

Corpo e pensamento se apresentam como vetores unificados da produção artística de Loma, Marietti Fialho, Glau Barros e Nina Fola. Diferentes gerações, processos e caminhos que se encruzilham neste espaço tempo chamado Ialodê: uma homenagem e reverência às Iabás, às mães, as detentoras dos saberes da continuidade.

Acompanhadas de uma banda composta por 17 músicos, homens e mulheres, essas artistas performam suas trajetórias e cantam a vida: futuro, passado e presente trançados em momentos de fruição e sinestesia. A apresentação acontece na próxima terça-feira (18), às 21h, no canal do YouTube da PUCRS.

As mulheres negras carregam em seus corpos a força do tempo. O tempo, formulado e contado por essas artistas, leva consigo o que de mais precioso temos: a criação. Criar é estabelecer conexões com passado, futuro, presente, amalgamados em um sentido não linear, mas como a imagem de um círculo em espiral ascendente. Um tempo circular-espiralado, curvilíneo, que contempla a existência como experiência ampla e complexa. Elas carregam no presente a força de um passado que se mantém vivo e se projeta ao longe, em dimensões diversas.

"Os saberes e o pensamento de mulheres negras assumem ao longo da história um alicerce fundamental para as reflexões sobre as construções físicas, simbólicas, metafóricas e filosóficas do tempo presente. Em contraponto a estrutura hegemônica, o 'saber-corpo' negro vem, através do constante movimento atlântico, deslocando, fluindo, tramando e transitando os modos de organização e de civilidade’, afirma Thiago Pirajira, diretor artístico do projeto. Segundo ele, o show Ialodê abarca e projeta a força, a sutileza e os sentidos múltiplos de artistas, mulheres negras que vêm ao longo do tempo construindo a música de qualidade e excelência produzida no Sul do Brasil. "Uma história complexa, circular e poderosa!", complementa Pirajira.

Show foi gravado em abril sem público

Organizado em dois eixos, Ialodê tem na primeira parte o encontro-show das quatro artistas, gravado em abril, sem a presença de público em função das medidas de distanciamento da covid-19, no Salão de Atos da PUCRS. No palco, as cantoras foram acompanhadas por uma banda especialmente montada para o espetáculo, com a participação de músicos e musicistas que fizeram parte de suas carreiras como, por exemplo, Edu Nascimento e músicos da Tribo Maçambiqueira de Osório, como Paulinho Di Casa e o Mário Duleodato.

No repertório estão diferentes gêneros, que vão do samba ao maçambique, dos pontos ao reggae, do swing porto-alegrense ao nativismo. Além de canções próprias das artistas, o roteiro também abrange outros nomes da música negra gaúcha, como Zilah Machado, Mestre Giba Giba, Guaíra Soares, Gelson Oliveira, Pâmela Amaro, Mestre Paraquedas, entre outras e outros. O show, captado integralmente em áudio e vídeo, foi mixado e masterizado para ser lançado nas plataformas digitais e irá ao ar dia 18 de maio no canal YouTube da PUCRS, um importante apoiador do projeto.

O segundo eixo é composto por um documentário em média-metragem, também com lançamento pela internet, com o intuito de perpetuar essas memórias, criando um espaço onde elas poderão dividir suas experiências, olhares, relações afetivas e profissionais. Esse audiovisual é assinado por Kaya Rodrigues e Gabriel Faccini e poderá, posteriormente, circular por festivais, mostras e exposições.

A ficha técnica está repleta de importantes nomes da cena cultural gaúcha: Thayan Martins, Isaías Luz e Rafa Rodrigues assinam a direção musical e arranjos e as quatro protagonistas estão na direção geral do projeto, criado sobre ideia original de Isaías Luz. A identidade visual é da artista visual Mitti Mendonça/Mão Negra, que trabalha com uma técnica de resgate ancestral através do bordado em fotos.

A realização do projeto é da Juba Cultura, com produção executiva de Alice Castiel, direção de produção de Sofia Lerrer e as redes sociais/comunicação têm a assinatura de Daniele Rodrigues.


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Edição: Katia Marko