Rio Grande do Sul

Direitos do Trabalho

Motoristas de aplicativos cobram reajuste em mediação com Indriver e 99POP

TRT4 mediou nova audiência entre Sindicato da categoria e representantes das empresas nesta terça (1)

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Trabalhadores reivindicam fim das promoções e reajuste do valor pago por quilômetro, que está congelado há seis anos - Carolina Lima

O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), em Porto Alegre, deu sequência ao processo de mediação iniciado em 23 de março entre o Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos do RS (Simtrapli-RS) e as quatro maiores empresas do setor. Nesta terça-feira (1), foram realizadas audiências com as empresas Indriver e 99POP, separadamente. Os trabalhadores reivindicam o reajuste do valor pago por quilômetro, que está congelado há seis anos, e o fim das promoções, que são descontadas dos motoristas.

A audiência com a Indriver partiu da proposta do Sindicato de que houvesse um preço mínimo pelos serviços prestados. Os representantes da empresa, no entanto, alegaram que preço mínimo seria incompatível com seu modelo de negócio de leilão de valores e rejeitaram a proposta.

Segundo o advogado do Simtrapli-RS, Antonio Escosteguy Castro, foi então apresentada uma alternativa de que fosse oferecido, no aplicativo, aos motoristas a explicitação de um valor médio de tarifa para o trajeto, que pudesse servir de parâmetro para a decisão do trabalhador.

Além disso, avançaram negociações sobre o aprimoramento dos canais de comunicação entre a Indriver e os motoristas. O Sindicato solicitou melhorias na questão da segurança, como a verificação da idoneidade dos passageiros. Para o Simtrapli-RS, este quesito fica aquém do praticado pelas outras plataformas.

A empresa pediu um prazo para responder às novas propostas e o TRT4 designou uma nova audiência para o dia 22 de junho, às 15 horas.

Já com a 99POP, a audiência foi bem mais tensa, segundo o advogado. A empresa rejeitou que o bloqueio permanente da secretária-geral do Simtrapli-RS, a motorista Carina Trindade, tivesse motivação antissindical. A alegação da empresa é de que aplicara apenas o regramento do contrato, embora, invocando a cláusula de privacidade, não tenha revelado os motivos. O tema será encaminhado à assessoria jurídica da entidade para estudar as providências cabíveis.

Com relação ao reajuste nas tarifas e sobre o programa 99POUPA, embora a empresa em princípio recusasse as propostas, pediu prazo para consultar sua matriz. Conforme lembrou o Sindicato, a 99POP concedeu reajustes recentemente em Florianópolis e outras cidades. O TRT4 concedeu prazo até o dia 15 para que a empresa dê sua resposta.

Trabalhadores preparam carreata em dia de audiência com Cabify

Uma nova audiência está marcada para a próxima terça-feira (8), quando será debatido com a Cabify as condições de sua saída do país. Nesta data, a categoria prepara uma carreata unificada em Porto Alegre, com concentração a partir das 6h, no Largo Zumbi dos Palmares.

“Esperamos que as empresas tragam respostas favoráveis às demandas dos motoristas. A categoria não aceita ser explorada. O nosso trabalho não está sendo valorizado e, por isso, seguimos firmes na luta pelo reajuste”, afirmou Carina.

Além disso, a dirigente do Simtrapli-RS defende condições dignas de trabalho. “Não somos totalmente livres, como propagandeiam, uma vez que trabalhamos no sufoco e ainda sofremos bloqueios sem quaisquer justificativas”.

* Com informações da CUT-RS


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Edição: Marcelo Ferreira