Rio Grande do Sul

Direitos do Trabalho

Motoristas de aplicativos protestam por reajuste em dia de mediação com empresas

Sindicato participou de mediação com a Cabify e representantes do movimento dialogaram com a Uber, mas não houve avanços

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Concentração dos motoristas antes da cerreata pelas ruas de Porto Alegre - Carolina Lima

Em luta por melhores remunerações, os motoristas de aplicativos realizaram uma manifestação, na manhã desta terça-feira (8), em Porto Alegre. A concentração iniciou às 6h, no Largo Zumbi dos Palmares, reunindo cerca de 200 veículos, que em seguida saíram em carreata pelas ruas da Capital. O ato ocorreu no dia de nova audiência de mediação entre os trabalhadores e as empresas, promovida pelo Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4).

O grupo de motoristas foi até a sede da Uber, na Avenida Carlos Gomes, demonstrando a insatisfação da categoria com as baixas tarifas e os planos promocionais, que reduzem ainda mais a renda dos trabalhadores. A reivindicação é um reajuste de 42% nos valores pagos aos motoristas. Segundo o Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos do Rio Grande do Sul (Simptrapli-RS), a Uber recebeu dois representantes do movimento unificado dos motoristas de Porto Alegre, mas as negociações em nada avançaram.

A secretária-geral do Simptrapli-RS, Carina Trindade, disse que “na semana que passou, em plena negociação com os trabalhadores, a Uber alterou o seu sistema de dinâmica, que deixou de ser um multiplicador e passou a ser um valor fixo, reduzindo ainda mais os ganhos dos motoristas.” Para ela, “é um verdadeiro desrespeito com quem trabalha tanto, mas recebe cada vez menos, ao mesmo tempo em que os preços dos combustíveis não param de aumentar diante da política da atual direção da Petrobras”.

Durante a carreata, a Comissão de Negociação do Simtrapli-RS foi até a sede estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS). De lá, o grupo participou da audiência virtual de mediação com a Cabify promovida TRT4.

Segundo informações do Sindicato, a multinacional espanhola, que deixará de operar no Brasil no dia 14 de junho, se negou a pagar uma indenização ou compensação aos motoristas. A empresa alegou que o custo seria muito alto e a mediação foi encerrada.

Na audiência anterior, o Simtrapli-RS propôs que a empresa pagasse um valor aos trabalhadores cadastrados em Porto Alegre, na forma do previsto na Lei 4.886/65 (Lei do Representante Comercial Autônomo). Esta, em seu artigo 27, prevê o pagamento, por ocasião da rescisão do contrato, de valor que não seja inferior a “a 1/12 (um doze avos) do total da retribuição auferida” durante o tempo em que prestou serviços.

O assessor jurídico do Simtrapli-RS, Antonio Escosteguy Castro, lamentou a intransigência da empresa e anunciou que o Sindicato tomará as iniciativas necessárias, para que haja o arresto dos valores para cobrir os prejuízos que causou aos trabalhadores. A entidade informa que vai solicitar às autoridades públicas outras medidas, para que se garanta, no país, as quantias suficientes para arcar com o passivo judicial da Cabify.

* Com informações da CUT-RS


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Edição: Marcelo Ferreira