CPI

CPI aprova quebra de sigilo de Ernesto Araújo, Filipe Martins e Eduardo Pazuello

Senadores autorizam investigação de membros do primeiro escalão do governo e apertam o cerco contra Bolsonaro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Parlamentares durante sessão da CPI da Covid, no Senado - Pedro França/Agência Senado

Na audiência da CPI da Covid desta quinta-feira (10), os senadores aprovaram a quebra de sigilo telefônico e telemático dos ex-ministros Ernesto Araújo e Eduardo Pazuello, do assessor especial para assuntos internacionais da presidência da República, Filipe Martins, e de Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”, secretária do Ministério da Saúde.

Com os requerimentos, os senadores se aproximam do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e indicam à opinião pública que a investigação da CPI  caminha para a responsabilização do Palácio do Planalto pela má gestão da crise gerada pela pandemia do coronavírus.

A audiência também foi marcada pela ausência do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que estava convocado para prestar depoimento à CPI, por conta da crise em Manaus, por falta de oxigênio. No entanto, o mandatário conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), concedido pela ministra Rosa Weber.

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“Não vamos cessar a busca pela verdade, a verdade daqueles que foram omissos e deixaram de salvar vidas por questões ideológicas”, afirmou o presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM), que aproveitou para anunciar que o Senador recorrerá da decisão do STF.

“Respeitamos a decisão da ministra Rosa Weber. Mas acredito que o govenador do estado do Amazonas perde uma oportunidade ímpar de esclarecer ao Brasil, mas principalmente ao povo amazonense, o que de fato aconteceu no estado do Amazonas".

"Não é uma coisa rotineira: faltou oxigênio, pessoas perderam a vida. Perde uma oportunidade gigante, não só como homem público, mas como pessoa”, encerrou.

Além de Martins, Araújo, Pazuello e Pinheiro, outras nove pessoas terão o sigilo telefônico e telemático quebrados pela CPI: o empresário Carlos Wizard; o virologista Paulo Zanotto; Túlio Silveira, representante do Precisa Medicamentos; Marcellus Campos, secretário de Saúde do governo do Amazonas; Luciano Dias Azevedo, tenente-médico da Marinha; Hélio Angoti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos do governo federal; Francisco Ferreira Filho, coordenador de Crise do Amazonas; Francieli Fontinato, coordenador do Plano Nacional de Imunização; e Antônio Elcio Franco, ex-secretário-excutivo do Ministério da Saúde.

Edição: Leandro Melito