Rio Grande do Sul

Vida das Mulheres

Mulheres organizadas em Pelotas relembram os 3 anos do escândalo dos exames citopatológicos

Coletivo "Pela Vida das Mulheres Pelotenses" lança nota para marcar a data do escândalo durante governo Eduardo Leite

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Funcionários da UBS do bairro Bom Jesus suspeitaram da situação e enviaram memorando à Secretaria Municipal de Saúde em julho de 2017 - Foto: Ascom/Divulgação

O coletivo "Pela Vida das Mulheres Pelotenses" lançou uma nota para lembrar a data que marca os 3 anos do escândalo dos exames citopatológicos falso negativos, ocorrido durante a gestão de Eduardo Leite (PSBD), enquanto prefeito de Pelotas.

:: Entenda o caso dos exames citopatológicos falso negativos, ocorrido na cidade de Pelotas, durante a prefeitura de Eduardo Leite (PSDB) ::

A nota afirma que o arquivamento do inquérito pelo Ministério Público já era esperado por este coletivo, visto que o MP estava utilizando como base de sua investigação lâminas fora do período da denúncia, conforme denúncias feitas pelo grupo.

"Mesmo que o MP não quisesse considerar nosso alerta, teria chegado a essa conclusão se tivesse ouvido em algum momento as vítimas ou os familiares das mulheres que morreram e até analisado as lâminas dessas pessoas (algumas já com câncer diagnosticado continuavam recebendo laudos negativos). A investigação chegou ao fim sem investigar o que deveria", afirma a nota.

Destacam também que as mulheres organizadas da cidade estiveram em diversos momentos fazendo campanhas de conscientização, visando as mulheres "SUS-dependentes", para que estas mulheres realizassem o rastreio de seus exames na rede pública.

Informam também que reivindicam a análise adequada dos exames ocorridos no período de 2014 e 2015, conforme referia documento da Unidade Básica de Saúde Bom Jesus, localizado na cidade da zona Sul. Requerem ainda a investigação dos diversos casos de mulheres que morreram em função de câncer e que tinham seus exames com resultados negativos. Vidas estas que poderiam ser salvas caso seus exames citopatológicos tivessem demonstrado o resultado correto.

"Queremos que a lei seja cumprida, que um laboratório de nível II seja contratado, queremos saber porque se acusa a equipe médica de erro na coleta quando caberia ao laboratório devolver as lâminas indicando a necessidade de recoleta. Queremos saber com que fundamento se alega que houve erro nessa coleta e qual a perícia realizada para detectar tal problema, bem como, quais são as provas capazes de fazer recair qualquer acusação ou responsabilidade sobre o corpo técnico profissional das UBSs", afirma o coletivo.

Leia a nota completa e, ao final, as entidades que assinam. A matéria sobre o caso foi originalmente publicada na versão impressa (Edição 6) do Brasil de Fato RS, confira aqui.

A Mobilização "Pela Vida das Mulheres Pelotenses", agora na Frente 8M Pelotas, vem a público, na data que marca os 3 anos da denúncia do caso dos exames citopatológicos na cidade, anunciar que já esperava pelo arquivamento do inquérito dos exames citopatológicos falso negativos, uma vez que o MP tinha como base de sua investigação lâminas fora do período da denúncia, como o movimento alertou inúmeras vezes.

Mesmo que o MP não quisesse considerar nosso alerta, teria chegado a essa conclusão se tivesse ouvido em algum momento as vítimas ou os familiares das mulheres que morreram e até analisado as lâminas dessas pessoas (algumas já com câncer diagnosticado continuavam recebendo laudos negativos ). A investigação chegou ao fim sem investigar o que deveria.

Destacamos que em diversos momentos o movimento foi aos bairros e às ruas para incentivar as mulheres SUS-dependentes a realizarem o rastreio na rede pública, promovendo ações e campanhas para a saúde da mulher. O objetivo é o mesmo que nos leva a pedir a análise adequada das lâminas do período de 2014 e 2015, a que se refere o memorando da UBS bom Jesus, bem como investigar se as mortes de Greice, Emmanuelle, Iêda e outras, poderiam ter sido evitadas caso o resultado do citopatológico tivesse sido outro.

Vidas estão acima de qualquer coisa e é pela defesa delas que o movimento se articula e não vai calar.

Queremos que a lei seja cumprida, que um laboratório de nível II seja contratado, queremos saber porque se acusa a equipe médica de erro na coleta quando caberia ao laboratório devolver as lâminas indicando a necessidade de recoleta. Queremos saber com que fundamento se alega que houve erro nessa coleta e qual a perícia realizada para detectar tal problema, bem como, quais são as provas capazes de fazer recair qualquer acusação ou responsabilidade sobre o corpo técnico profissional das UBSs.

Seguimos na vigilância pela vida das mulheres!

Assinam esta nota:

COMDIM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher)
GAMP- Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas
CPERS
ADUFPel
Secretaria de Mulheres do PT
Setorial de Mulheres do PSOL
UBM- União Brasileira de Mulheres
Coletivo Antirracista O melhor de cada uma
Coletivo Alicerce
Usina Feminista
Coletivo Juntas
Coletivo ELLAS IFSul
Coletivo Infância Viva
CMOV(Coletiva de Mulheres que ouvem vozes)
SIMSAPEL
CUT Regional Sul
DPOP- Grupo de Pesquisa Democracia e Políticas Pública da UFPel
Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
IMA- Instituto Mário Alves
COMPOVO
Coletivas - Bancada Feminista "Te levanta e Luta"
União Brasileira de Mulheres RS


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS

Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.

Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.

Edição: Katia Marko