Rio Grande do Sul

Celebração virtual

Para celebrar seus 37 anos, Terreira da Tribo lança programação virtual 

Exibição começa nesta quarta-feira (14), com a peça Quase Corpos, no canal do Youtube da companhia 

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"É uma batalha diária para o grupo manter o espaço da Terreira da Tribo, ainda mais em tempos sombrios e da maior crise sanitária da história" - Pedro Isaías/divulgação

Com quase quatro décadas de trajetória, a companhia de teatro Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz lança programação virtual para celebrar seus 37 anos de existência.

Disponível no canal Youtube da companhia, a exibição contará com os principais trabalhos em formato audiovisual realizados nos últimos tempos pelo grupo, com exibição única, a partir desta quarta-feira (14), às 20h. A programação é uma contrapartida do auxílio emergencial a espaços artísticos e culturais, recurso do Inciso II da Lei 14.017/2020 (Lei Aldir Blanc).

Entre os trabalhos desenvolvidos pelo grupo está o Teatro de rua, Teatro de vivência, Festival de Teatro Popular Jogos de Aprendizagem e a Escola de Teatro Popular. Desde 2019, a Tribo de Atuadores está com a campanha “Terreira da Tribo - Eu Apoio!”, para a manutenção da Terreira da Tribo. Em reportagem recente à jornalista Ester Caetano, do site Nonada, atores da trupe falaram sobre a cultura no governo Bolsonaro, e também contaram um pouco da sua trajetória. 

“É uma batalha diária para o grupo manter o espaço da Terreira da Tribo, ainda mais em tempos sombrios e da maior crise sanitária da história. É neste contexto em que, apesar de tudo, celebramos o aniversário de 37 anos da Terreira da Tribo. Queremos chamar a atenção para a real necessidade de apoio popular”, destacam. 

A Terreira da Tribo conta com diversas formas de receber apoio. A principal delas é a campanha recorrente na plataforma Benfeitoria, onde cada um pode colaborar mensalmente com o valor que lhe for possível. 

Abaixo a programação completa

Dia 14/07 às 20h - QUASE CORPOS – EPISÓDIO 1: A ÚLTIMA GRAVAÇÃO 

Nesta versão livre da peça Krapp’s Last Tape, de Samuel Beckett, o espetáculo mostra o confronto de um homem de 69 anos, interpretado por Paulo Flores, com o seu passado. Hoje, nada mais é que um decrépito, muito míope, quase surdo e desleixado, que escuta no gravador a fita-registro de 30 anos atrás. Escuta sua própria voz narrar extintas aspirações, lembranças de amores perdidos, a morte da mãe, a esperança não confirmada de êxito comercial literário. Depois, gravará uma nova fita, como faz todos os anos, no dia do seu aniversário. Um homem amargurado, a remoer-se em plena solidão, parece nada ter de relevante a evocar ou perpetuar. O espetáculo é uma criação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. 

Dia 15/07 às 20h - SARAU DA CAVALO LOUCO 

A Cavalo Louco é a realização de um antigo desejo da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Embora a publicação aborde assuntos variados, há um elemento que permeia todas as matérias: O Teatro como possibilidade. A Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo surgiu como uma possibilidade de consolidar o compromisso ético com a sociedade na qual estamos inseridos. Dentro da sua proposta de trabalho, realiza regularmente seminários nos quais é possível discutir o sentido essencial da arte teatral e que papel o teatro e seus protagonistas desempenham no meio social. Promovendo o intercâmbio de diferentes experiências desenvolvidas por grupos e gente de teatro de todo o país, os seminários são momentos de intensa fertilidade e indagação. Podemos nos questionar internamente enquanto coletivo de trabalho e, ao mesmo tempo, dialogar com todos que se interessam pelo teatro. Esta publicação surge como mais um dos frutos dos seminários, sendo um espaço para a reflexão sobre o fazer teatral e seus desdobramentos. 

O Sarau da Cavalo Louco tem apresentação de Tânia Farias, traz leituras de poemas contidos nas diferentes edições das revistas, entrecruzadas por músicas e uma conversa do conselho editorial sobre a concepção da revista com os seus principais tópicos, seu histórico e o significado desta publicação para o grupo. 

16/07 às 20H - DESMONTAGEM MEIERHOLD

O "Desmontagem - Meierhold" é uma homenagem ao ator, diretor e teórico russo Vsevolod Meierhold. Uma produção audiovisual sobre o espetáculo Meierhold. Encenado por Keter Velho e por Paulo Flores, que interpreta Meierhold em um relato póstumo, intercalando lembranças fragmentadas sobre marcos de sua vida e carreira, a produção cênica explora diferentes linguagens e recursos, como fragmentos de poesias surrealistas e cenografia construtivista.

Para esta produção audiovisual, o público navega entre depoimentos, cenas e reflexões que contribuíram para a construção da peça cênica e instiga a refletir sobre o momento e lugar em que vivemos. 


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Edição: Katia Marko