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Artigo | Instituto Equipe de Educadores Populares sob ataque

IEEP foi fundado em 1995, em Irati, com objetivo de promover o desenvolvimento local sustentável baseado na agroecologia

Curitiba (PR) |
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Instituto desenvolve trabalhos em agroecologia, propondo articulação entre campo e cidade - Créditos da foto: Reprodução

O Instituto Equipe de Educadores Populares (IEEP) foi fundado em 1995, vinculado às demandas de movimentos populares e associações de Irati (PR), a fim de promover o desenvolvimento local sustentável baseado nos princípios da agroecologia.

Foram e são desenvolvidos trabalhos em agroecologia, do resgate da biodiversidade de sementes crioulas, do manejo agroflorestal, das plantas medicinais, feiras de alimentos agroecológicos e desenvolvimento na área de economia solidária que atinja a população de baixa renda, propondo uma articulação entre campo e cidade.

Em 2019, a prefeitura de Irati sancionou a lei 4.666, que objetiva mudar o espaço, alegando que estava sendo utilizado de forma irregular. Foi tentado contato para informações com o município por meio de ligação e pelas redes sociais, mas não obtivemos retorno.

Antes ainda, em 2013, a Polícia Federal deflagrou a Operação Agrofantasma, liderada pelo “homem que destruiu o Brasil”, como disse a jornalista brasileira Patricia Lélis. Ninguém menos que Sérgio Moro. Sob suas rédeas, aconteceu o processo de desmobilização e esvaziamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e, como desdobramento local, uma desarticulação do Instituto Equipe de Educadores Populares.

Ainda hoje, porém, o Instituto resiste armazenando, organizando e distribuindo alimentos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e da Campanha Periferia Viva (Irati), e mais recentemente é sede do projeto Armazém Popular Solidário.

Movimentos populares, camponesas e camponeses e a Unicentro continuarão em marcha até que a lei 4.666/2019 seja revogada, e mais do que isso, que a prefeitura seja responsável pela manutenção do espaço.  
 
*Ana Keil é fonoaudióloga e Yasmim Caetano é técnica em agroecologia. Ambas são militantes do Levante Popular da Juventude. 

Edição: Lia Bianchini