Rio Grande do Sul

Agroecologia

Indígenas Guarani-Kaiowá do MS vão receber sementes crioulas e bioinsumos produzidos no RS

Projeto que viabiliza a ação reúne organizações sociais, pastorais e cooperativas camponesas

Brasil de Fato | Seberi (RS) |
Sementes e insumos partiram do RS rumo ao MS - Divulgação MPA

Está prevista para esta sexta-feira (13) a chegada de uma carga de 3,4 toneladas de sementes crioulas e agroecológicas produzidas por cooperativas camponesas do Rio Grande do Sul, articuladas a partir da base do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), ao estado do Mato Grosso do Sul, onde serão entregues para indígenas da etnia Guarani-Kaiowá.

"Antes de mais nada é um ato de solidariedade dos camponeses para com o povo indígena Guarani-Kaiowa que se encontra em luta por seus territórios", explica Frei Sérgio Görgen, que acompanha a comitiva que está conduzindo o material. “É uma troca fraterna, troca de apoio, conhecimento, interação, experiências. Temos muito a aprender com nossos irmãos indígenas, especialmente no que se refere às suas lutas, à resistência e a firmeza na defesa dos seus territórios.”

O projeto, executado pela Associação Nacional da Agricultura Familiar (ANAC), tem ainda a participação de organizações como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Instituto Cultural Padre Josimo, bem como das cooperativas Cooperbio, Cooperfumos, Bionatur e ArpaSul.

"O objetivo é que com essas sementes e insumos compartilhados, o território indígena Guarani-Kaiowa possa ir viabilizando seu autossustento, produzindo alimento agroecológico, saudável, de qualidade", aponta Viviane Chiarelo, jovem camponesa que também participa da ação. “Assim também reforçamos o trabalho das sementes crioulas que o MPA faz a partir das comunidades camponesas e fortalecemos a relação com povos indígenas que historicamente tem sofrido com o avanço do capital sobre seus territórios.”

As variedades de sementes contemplam milho, feijão, arroz de sequeiro, amendoim, gergelim, fava, urucum, feijão miúdo, guandu e hortaliças, todas de matriz crioula ou agroecológica. O projeto garante ainda a entrega de biofertilizantes e cerca de 1,5 toneladas de remineralizador de solo (pó de rocha). Sementes e insumos partiram do RS na quarta-feira (11) e expectativa é que as entregas no território indígena guarani-kaiowá em Dourados (MS) sejam feitas nesta sexta-feira.


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Edição: Marcelo Ferreira